Por: Odete Jochims
Alunos descobrem a educação ambiental na prática no Rincão Gaia
O ônibus chegou cedo com a turma de estudantes e professores orientadores das escolas participantes da Agenda Ambiental. A jovem Emily Butzke, aluna do 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Paulo, de Candelária, aos 13 anos de idade, já se sente preparada para o futuro e sabe na ponta da língua o quer como profissão. "Eu quero ser engenheira florestal, faz tempo que me decidi por essa profissão", revela. Emily explica que a viagem de estudos ao Rincão Gaia desvendou uma imagem totalmente diferente do que ela imaginava ser aquele espaço. "Pensei que seria mais como um parque, não com tantas atrações e tantas curiosidades sobre o meio ambiente como vimos aqui. Dá uma sensação boa, sentir que a vida prevalece e consegue encontrar novos caminhos", explica.
Parte da área onde fica o Rincão Gaia foi degradada, na década de 1970, para a retirada de pedras para a pavimentação das estradas que ligam Pantano Grande a outras regiões. As rodovias federais, BR-290 e BR-471, utilizaram material extraído de uma pedreira feita no local. Hoje, mais de 30 anos depois da aquisição das terras e da criação do Rincão Gaia, a pedreira se transformou em um lago que abriga uma grande biodiversidade, e que em noites sem nuvens se ilumina. "O céu estrelado é refletido no lago, por isso chamamos ele de Lago das Estrelas", justifica o guia Alexandre Rates de Freitas.
À beira do Lago das Estrelas, a professora Sílvia Inez do Amaral Alves, da Escola São Miguel, de Minas do Leão, confirma estar impactada com o que vê no Rincão Gaia. "É quase como um exemplo contrário à Minas do Leão. No nosso município, uma área de extração de carvão tornou-se um espaço para depósito e destinação de lixo. Em uma inspiração oposta, igual a de Lutzenberger, Minas poderia ter um pedaço de Gaia também", diz.
Segundo Sílvia, a aula de ecologia e meio ambiente proporcionada pelo projeto ganha outro significado na vivência em sala de aula. "Durante a visita, várias portas foram se abrindo, possibilitando o pensar em diferentes conteúdos e trabalhos para criarmos em sala de aula. Isso é educação, educação ambiental na prática", classifica.
Ao todo, 31 pessoas, entre alunos e professores orientadores, participaram da viagem de estudos em Pantano Grande. Conforme a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, a ação completou o ciclo iniciado com a tarefa de criação do Slogan do projeto. "A gente percebe o encantamento dos alunos e a atenção que eles dão às explicações sobre plantas, pássaros e outros animais que habitam o Rincão Gaia. Para nós é gratificante estarmos propiciando esta atividade como parte integrante de um projeto muito maior e que tem a abrangência regional", destaca.
Construindo novas realidades
Para a presidente do Cisvale, Sandra Backes, a realização da viagem de estudos, oferecida como premiação aos alunos e professores orientadores finalistas, acaba criando uma nova realidade na região, pois integra de forma prática o objetivo da ação do consórcio em desenvolver práticas e consciência ambientais. "Esta visita ao Rincão Gaia é um momento muito feliz e importante para o nosso projeto. Proporcionar esta aula prática faz com que consigamos multiplicar o conhecimento, por meio destes jovens e seus professores. Certamente estas escolas que participaram terão um novo olhar para o meio ambiente, e isso é o mais importante", define Sandra.
O Concurso Cultural para escolha do Slogan da Agenda Ambiental Cisvale 2030: um planeta saudável, um futuro sustentável, contou com a participação de 58 escolas da rede pública do Vale do Rio Pardo. Uma pré-seleção, feita pela Comissão de Projetos do Cisvale, escolheu 26 slogans, que foram votados por jornalistas e comunicadores da região, resultando na premiação da aluna Clara Rodrigues Cosme Cardoso, da Escola Ensino Médio em Tempo Integral Frederico Kops, de Sinimbu. O Concurso Cultural é uma realização do Cisvale, com o patrocínio do Sicredi Vale do Rio Pardo e da Radson Diagnóstico por Imagem.
( fotos Bruno Petry/ Nascimento MKT)