Programa do setor do tabaco garante logística reversa das embalagens e envio para reciclagem

Na próxima segunda-feira, 18 de agosto, será celebrado o Dia Nacional do Campo Limpo. E o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos é novamente destaque por sua atuação em logística reversa, com coleta por meio de roteiros itinerantes. A iniciativa pioneira, realizada há quase 25 anos, é promovida pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas, em parceria com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

Um dos diferenciais é justamente o recebimento itinerante, que possibilita aos produtores devolver as embalagens em suas próprias localidades, sem necessidade de grandes deslocamentos. Outro ponto importante é a permanente conscientização para incentivar a entrega das embalagens limpas, secas e separadas das tampas, o que garante a reciclagem. Para isso, os produtores são orientados a realizar a tríplice lavagem dos recipientes, perfurá-los e armazená-los em local apropriado até a devolução à equipe do Programa.

Atualmente, a ação atinge 108 mil produtores, que fazem a devolução em 1.800 pontos de coleta, em localidades rurais de 385 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No Paraná, iniciativas semelhantes, conduzidas pelas centrais locais de recebimento, têm apoio das empresas do setor do tabaco. O Programa, desenvolvido desde outubro de 2000, segue roteiros previamente estabelecidos e amplamente divulgados pelos orientadores agrícolas das empresas associadas ao SindiTabaco.

A ação já possibilitou o recebimento de 21 milhões de unidades e o encaminhamento ao Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InPEV), responsável pela gestão do Sistema Campo Limpo, que promove a triagem e o envio para reciclagem. Quanto ao destino, 100% das embalagens rígidas são recicladas e transformadas em outros produtos plásticos, especialmente insumos para a construção civil e novas embalagens para produtos químicos. Os recipientes rígidos representam a quase totalidade dos agrotóxicos usados no cultivo do tabaco. Já uma pequena parte - embalagens não-recicláveis -, é destinada à incineração controlada.

A coordenadora do Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, Fernanda Viana Bender, destaca que a ação representa uma facilidade para o produtor e protege o meio ambiente. “Assim, impede-se que as embalagens sejam descartadas de forma incorreta, protegendo tanto o meio ambiente quanto a segurança de quem vive no campo, pois evita-se o contato de pessoas e animais com embalagens contaminadas”, diz. “Para garantir a reciclagem, as embalagens devem ser tríplice lavadas, procedimento que consiste em, por três vezes, adicionar água limpa ao recipiente vazio, agitar e despejar o conteúdo no pulverizador”, explica. “As embalagens devem ser entregues secas e separadas de suas tampas”, salienta.

 Por onde anda o recebimento

O roteiro atual do Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos iniciou em 11 de agosto e segue até 23 de setembro, passando por quase 200 pontos em localidades rurais de 19 municípios do Rio Grande do Sul: Bom Retiro do Sul, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Candelária, Cerro Branco, Cruzeiro do Sul, General Câmara, Mato Leitão, Novo Cabrais, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Clara do Sul, Santa Cruz do Sul, Taquari, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz. O próximo roteiro contemplará municípios da Região Central gaúcha. Os produtores que aderem ao programa e entregam as embalagens tríplice lavadas ganham recibos impressos, fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental. 

 Sistema Campo Limpo – O Sistema Campo Limpo é o programa brasileiro de logística reversa no agronegócio. De atuação nacional, em 2024 foi responsável pela destinação correta de 68.589 toneladas de embalagens plásticas rígidas, flexíveis e de metal, onde 90% desse volume é reciclado. Na reciclagem, as embalagens são transformadas em mais de 38 tipos de artefatos, sendo muitos deles utilizados na construção civil, como eletrodutos e conduítes. Outra parte é transformada em novas embalagens de defensivos agrícolas, fechando o ciclo da economia circular.