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Geral 06/05/2022 11:47
Por: Odete Jochims

Dia das Mães: a luta pelo sonho da maternidade

Sabrina Becker Strassburger e seu marido, Gilberto Strassburger, passaram 8 anos tentando engravidar; no domingo, 8, Sabrina viverá seu primeiro Dia das Mães junto de sua filha

  • A pequena Júlia Helena, com três meses, e o casal Sabrina e Gilberto Strassburger
  • Depois de muita espera da mãe Sabrina e do pai Gilberto, nasce Júlia Helena

A maternidade é uma força da natureza. É difícil, no entanto, definir se cabe aos poetas, aos cientistas, ou a quem mais ousar fazê-lo, decidir quando uma mulher se torna efetivamente uma mãe. No caso de Sabrina Becker Strassburger, 35 anos, atendente de padaria em um supermercado de Cerro Branco, se tornar mãe era, antes de mais nada, uma missão. E a força que conduziria ela e seu marido por esse percurso proveio, sem dúvida, de sua vocação para a maternidade.

Sabrina e Gilberto Strassburger têm 2 anos de namoro e 15 de casados. O casal sempre quis ter filhos, mas só iniciariam as tentativas uma vez que garantissem a casa própria. No entanto, mesmo livres do aluguel, a gestação não vinha. Passaram-se dois anos: nada de bebê. A partir de exames, foi diagnosticado que o casal teria problemas em gerar um filho. Foi então que os Strassburger buscaram ajuda médica para ver se conseguiriam “ficar grávidos”.

De início, Sabrina conta que ela e seu marido tentaram buscar um caminho pelo SUS, mas não tiveram sucesso. Optaram, então, por uma consulta particular. Conversando com o médico, descobriram que o procedimento necessário para que o casal tivesse um bebê não era tão distante da realidade econômica dos cerrobranquenses. “Assim, fomos juntando dinheiro e demos início ao processo”, conta Sabrina.

Na primeira tentativa, para imensa alegria de Sabrina e Gilberto, o teste rápido acusou positivo para gravidez. “Eu estava bem faceira. Chegou, então, a hora da Ecografia e descobrimos que o indicativo era falso”, lembra Sabrina. “Imagine a minha tristeza”. Após essa tentativa, a clínica deixou de atender por um longo período em razão da pandemia de covid-19, prolongando a angústia do casal.

Assim que a clínica retomou as atividades, era a vez da segunda tentativa. Sabrina abriu o coração, compartilhando que a incerteza, a ansiedade e o nervosismo acompanharam os dois ao longo de todo o procedimento. Ela conta que nem conseguiu acompanhar o marido a Porto Alegre para buscar o resultado do exame. “O medo de que tivesse dado errado de novo era muito grande. O psicológico pesa muito. Nosso médico disse que muitos casais não sobrevivem a esse estresse. Nós, no entanto, mais do que nunca, nos unimos”, avalia Sabrina.

Essa união foi presenteada com a boa nova: dessa vez, depois de 8 anos tentando, Sabrina havia finalmente engravidado. Após uma gestação sem muitos apuros, ela deu a luz à pequena Júlia Helena. “Quando eu escutei o choro dela foi uma emoção imensa, sem explicação. Poder ver ela hoje, no meu colo, me deixa sem palavras. A sensação é de que tudo valeu a pena e que, se fosse preciso, eu faria tudo de novo”, conclui. E ninguém em sã consciência duvidaria dessa afirmação. ( por Arthur Mallmann)