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Geral 11/08/2024 10:29
Por: Odete Jochims

Dia dos pais, o legado que passa de pai para filho

O Dia dos Pais é um momento de reconhecimento e gratidão pelo amor, dedicação e sacrifício que os pais oferecem diariamente. Além de ser uma oportunidade para demonstrar afeto, a data também destaca a importância de se passar adiante valores, lições de vida e até mesmo profissões de pai para filho, preservando o legado familiar. Este é o caso da família de Roque Rathke, 66 anos, e de sua empresa familiar, inaugurada pelo seu falecido pai, Armindo Rathke, na década de 1940.

Roque conta que, ainda adolescente, seu pai trabalhou como aprendiz de ferreiro e entregador de leite no contraturno escolar. Na primeira função adquiriu experiência e conhecimento; na segunda, reuniu o dinheiro para comprar os equipamentos para a futura ferraria. Quando prestou o serviço militar, Armindo também complementou a experiência na área.

Saindo do Exército, Armindo estava decidido a montar sua ferraria. Na época, surgiu o primeiro teste de resiliência: quando as paredes já estavam erguidas, um temporal derrubou os esforços construídos até então, deixando o seu pai sem dinheiro para recomeçar. Um tio de seu pai, contudo, lhe emprestou o dinheiro para concluir a construção.

Em 1963, o irmão de Armindo, Arnildo Rathke, associou-se à ferraria. Roque entra em cena na empresa da família anos depois, na metade final da década de 1970. Ele era o irmão mais novo e não tinha a mesma formação do pai. A introdução de uma nova geração ao negócio também mudou o perfil da empresa, diversificando os produtos e os serviços oferecidos. “Ele sempre foi um excelente ferreiro. Eu não tinha essa especialidade. Meu talento era o de me relacionar com as pessoas, ter ideias, e assim por diante”, conta.

Hoje, o empreendimento segue seu rumo nas mãos de seu filho, Felipe Rathke, 35. Felipe começou a trabalhar desde muito cedo com o pai e, quando se deu conta, já estava completamente envolvido na empresa. Ele comenta o sentimento de dar continuidade ao negócio familiar. “Por trás do orgulho que meu pai tem, vem junto uma responsabilidade enorme. Não apenas de receber isso dele, mas saber que a empresa passou pelas mãos do meu avô, do meu pai, do meu tio, e agora chega também a mim”, reflete.

Roque afirma que, dentre as principais lições passadas de geração para geração, talvez a principal seja o valor da retidão. “Honestidade e trabalho. Ser honesto consigo, com o cliente e com os funcionários. Isso é a base. Tivemos momentos difíceis nos anos 2000, mas conseguimos nos reerguer, muito graças à nossa honestidade. E com fé em Deus, seguindo os ensinamentos de Jesus, não é possível que sejamos desonestos”, afirma.

O relato de Roque e Felipe contribuem para valorizarmos a herança familiar e reconhecermos o impacto duradouro que os pais têm na formação de seus filhos. “Nessa empresa, sempre houve duas famílias. São duas famílias, dois irmãos, que conseguiram deixar esse legado para seus filhos. A maior alegria para um pai, como eu, que já recebeu uma profissão do próprio pai, é termos um filho para quem deixar esse legado. Isso é muito gratificante”, finaliza.