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Geral 10/07/2020 19:10
Por: Redação

Região que inclui Candelária ingressa na bandeira vermelha

Município ainda pode tentar um recurso a partir de uma regra especial de exclusão para permanecer nas regras da bandeira laranja

  • Indicadores de Candelária ainda são considerados baixos na comparação com outros municípios
  • Das 20 regiões, no mapa preliminar divulgado, 15 regiões foram classificadas com bandeira vermelha

O que era temor virou realidade. A região de Santa Cruz do Sul, que inclui Candelária, passou da bandeira laranja para a vermelha, caracterizada como risco alto de avanço do coronavírus. O mapa preliminar da 10ª rodada do Distanciamento Controlado foi divulgado por volta das 18h desta sexta, 10. A nova classificação determina o fechamento dos estabelecimentos comerciais, com exceção dos considerados essenciais. Considerando que o resultado é preliminar, ainda há uma chance de eventual recurso mudar a cor da bandeira. No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domngo, 12, os municípios poderão apresentar recursos sobre as classificações. E aquelas cidades que se enquadrarem na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso. Para reivindicar essa regra, o município não poderá ter registro de hospitalização e nem óbito por covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento. Numa primeira análise, a regra deixaria Candelária fora, uma vez que, de acordo com o boletim publicado na manhã de sexta, 10, o município tem três pacientes com covid-19 hospitalizados.

De acordo com a nota publicada pelo governo estadual, a região de Santa Cruz do Sul teve seu alerta de risco elevado em virtude, especialmente, do agravamento dos indicadores da macrorregião e do estado. No entanto, apesar do agravamento, dentre os indicadores de velocidade do avanço da doença na região, o de hospitalizações confirmadas para Covid-19 entre as duas semanas na região foi da bandeira preta para a amarela. Foram registradas sete novas hospitalizações confirmadas para Covid-19 na região nos últimos sete dias, saindo de 11 para sete pacientes.

Também apresentaram menor risco os indicadores de incidência de novos casos da doença na população da região. O número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos sete dias por 100 mil habitantes saiu da bandeira vermelha para a laranja. Sem registros de óbitos na semana, o indicador de projeção do número de óbitos foi da bandeira preta para a amarela. O alerta da região recai sobre o indicador de estágio de evolução da doença. Na última semana, registraram-se 61 casos ativos e 72 casos recuperados nos 50 dias que antecederam o início da semana de referência. Como resultado, nesse indicador, a região passou da bandeira vermelha para a bandeira preta.

Prefeito disse que a região irá analisar possibilidade de recurso

Ouvido a respeito da nova realidade, o prefeito de Candelária e presidente da Amvarp (Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo), Paulo Butzge, disse ser a notícia que ninguém quer ouvir, por representar um retrocesso às medidas restritivas. Informou que já na manhã deste sábado, 11, irá coordenar uma reunião de emergência da Amvarp com representantes de todos os municípios filiados. A ideia é repassar os dados de cada cidade e traçar um comparativo com os que o Estado apresentou. Explicou que algumas vezes os indicadores não estão devidamente atualizados, circunstância que pode impactar na definição da bandeira. “A partir desta análise, veremos se é possível apresentar um recurso em nome da região”, ressaltou. Já em relação a Candelária, o prefeito registrou que o Gabinete de Enfrentamento e Prevenção ao Coronavírus também irá se reunir neste sábado para avaliar a situação. Num primeiro momento, o prefeito entende que será possível contestar eventuais percentuais absolutos de aumento dos indicadores, pois em termos quantitativos, os números do município ainda são baixos no número de casos e hospitalizações na comparação com outras cidades. “Se for viável, vamos apresentar um recurso para que possamos seguir nas regras da bandeira laranja”, completou.

De acordo com o novo mapa divulgado, o Rio Grande do Sul tem agora 15 regiões com risco alto, ou seja, estão na bandeira vermelha. Essas regiões representam 84,2% da população gaúcha (9.535.519 habitantes). Na rodada definitiva do mapa anterior, eram seis regiões em vermelho, equivalente a 52,9% da população (5,9 milhões de habitantes). As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda, 13.

A análise preliminar dos índices de propagação do vírus e de ocupação dos leitos trouxe, novamente, as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeiras das Missões e Pelotas, em bandeira vermelha. Essas áreas já haviam sido classificadas como alto risco na rodada anterior.

As regiões de Taquara, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul evoluíram de bandeira laranja para vermelha nesta rodada. Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, Bagé e Lajeado são as cinco regiões que permaneceram na bandeira laranja.

SITUAÇÃO GERAL

O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, comparado à semana anterior, apresentou aumento de 6%, passando de 729 para 770. A quantidade de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceu 11%, passando de 582 para 647. O mesmo se observa com o número de internados em leitos clínicos para Covid-19, que passou de 554 para 693 internações – crescimento de 25%.

Para as internações em UTI confirmadas para Covid-19, o aumento chegou a 21%, passando de 418 para 504. O agravamento também é observado no número de casos ativos na última semana, que atingiu 5.126, frente aos 4.281 da semana anterior. Por fim, com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia, o quantitativo reduziu 9% entre as semanas, passando de 653 para 594.

O agravamento do indicador de capacidade de atendimento (número de leitos de UTI livres para cada leito ocupado por pacientes Covid-19), mensurada no Estado como um todo, segue em ritmo acelerado, obtendo alerta máximo. Na rodada anterior, o indicador obteve bandeira vermelha e, nesta semana, a mensuração atingiu situação de bandeira preta.

O indicador da Mudança da Capacidade de Atendimento, também mensurado para o Estado, passou de bandeira amarela para vermelha, resultado da redução de número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia em relação à quinta-feira anterior.

Esses dois indicadores nos permitem acompanhar a capacidade de resposta da rede hospitalar para atender a população que necessita de atendimento neste nível de atenção (alta complexidade). No entanto, é um indicador diretamente relacionado ao avanço da doença no Estado, uma vez que quanto maior o número de casos ativos, maior o número de pacientes que necessitarão de atendimento hospitalar e maior o risco de pressão no sistema de saúde.

Mesmo com todas as ações de ampliação de leitos de UTI no Estado, o avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde e a necessidade de se ampliar ainda mais a conscientização da população em seguir os protocolos de distanciamento, a fim de garantir a sequência das ações de ampliação da rede e, principalmente, para seguir garantindo o acesso adequado do paciente aos leitos hospitalares e de UTI no tempo oportuno.


PRINCIPAIS DADOS DA DÉCIMA RODADA

- O número de novos registros de hospitalizações SRAG de confirmados por Covid-19 aumentou 6% entre as duas últimas semanas (de 729 para 770);

- O número de internados em UTI por SRAG aumentou 11% entre as duas últimas quintas-feiras (de 582 para 647);

- O número de internados em leitos clínicos por Covid-19 aumentou 25% entre as duas últimas quintas-feiras (de 554 para 693);

- O número de internados em leitos de UTI por Covid-19 aumentou 21% entre as duas últimas quintas-feiras (de 418 para 504);

- O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS reduziu 9% entre as duas últimas quintas-feiras (de 653 para 594);

- O número de óbitos por Covid-19 aumentou 50% entre as duas últimas quintas-feiras (de 138 para 207).

- As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos 7 dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (254), Novo Hamburgo (112) Caxias do Sul (82), Canoas (69) e Passo Fundo (49).