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Geral 30/03/2020 16:29
Por: Redação

Real taxa de letalidade do coronavírus ainda é desconhecida

O que se sabe com certeza é que o grau de letalidade do novo coronavírus varia de país para país

De acordo com matéria veiculada pelo site da Folha de São Paulo, a percentagem de pessoas que morreram infectadas pelo coronavírus é de 4,7%. Em números mais precisos, das 685.623 pessoas que testaram positivo para o Covid-19 em todo o mundo, chegaram a óbito 32.137 pessoas. Embora a exatidão desses números leve a pensar em dados exatos, a letalidade do Covid-19 ainda permanece um mistério. O que se sabe com certeza é que a proporção de mortos pela pandemia é variável de país para país. Um dos fatores que pesam é o desconhecimento exato do número total de doentes, embora não seja o único fator para a distorção. Pesquisadores advertem que há tantas incertezas que se torna quase impossível chegar a conclusões sobre a taxa de letalidade do vírus.

De acordo com o texto, Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS), esclareceu que existem quatro fatores que poderiam influenciar nas diferentes taxas de mortalidade: quem é infectado; que estágio a epidemia atingiu em um país; quantos testes o país está fazendo e como tem sido o desempenho de diferentes sistemas de saúde.

Outros fatores que geram dúvida se referem a quantas pessoas teriam morrido por outras causas se a pandemia não tivesse ocorrido. Dados recentes apontam que em anos típicos morrem aproximadamente 56 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, o que equivale a 153 mil mortos por dia, em média.

o fator mais importante que leva à dúvida sobre a real letalidade do coronavírus é o desconhecimento sobre o número total de pessoas no mundo que contraíram o vírus. E, sem essa informação, se torna impossível calcular uma taxa precisa. O número de testes é insuficiente e muitas pessoas infectadas apresentarão apenas sintomas brandos, se houver, ficando fora das estatísticas.

Para se ter uma ideia da situação, o professor de epidemiologia da Universidade de Stanford, John Ioannidis, rotulou os dados disponíveis sobre o coronavírus como “totalmente não confiáveis”. Conforme suas palavras, não se sabe se “estamos deixando de captar infecções por um fator de 3 ou de 300”, afirmou. Conclui-se disso que milhares de pessoas a mais do que se tem conhecimento estiverem sobrevivendo, as atuais estimativas das taxas de letalidade estariam elevadas demais, em grande margem.