Por: Diego Foppa
Casos de estelionato cresceram 511% nos últimos 10 anos
Apesar da abordagem variar, o objetivo dos golpistas é sempre o de extorquir dinheiro da vítima
O uso das redes sociais para aplicar golpes tem acontecido com mais frequência em Candelária. Na década, o número de casos aumentou 511% no município, passando de 26 em 2014 para 133 no último ano, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP/RS). Somente neste ano, o número de casos já chega a 17 (confira a evolução no quadro ao lado). Apesar da abordagem variar, o objetivo dos golpistas é sempre o mesmo: extorquir dinheiro da vítima.
O delegado titular da Delegacia de Polícia Civil de Candelária, Tiago Bittencourt, que também é pós-graduando em investigação digital, o modus operandi dos estelionatários varia conforme o golpe que pretendem aplicar. “A prevenção continua sendo a maneira para evitar estes tipos de crimes. É importante que as pessoas estejam sempre atentas e não caiam em fantasias da internet, como a de ganhar dinheiro fácil. Também é fundamental estar sempre atento ao clicar em determinados links, que em alguns casos são maliciosos”, afirma.
Ainda de acordo com o delegado, normalmente crimes desta natureza são cometidos por detentos do sistema prisional. “São casos difíceis de serem solucionados, pois na maioria das vezes, os golpistas utilizam contas de ‘laranjas’ ou criadas com documentos falsos. Além disso, os estelionatários costumam utilizar ferramentas para ‘maquiar’ o IP do computador utilizado na ação”, acrescenta.
Velhas trapaças seguem aplicadas
Apesar de os criminosos buscarem novos tipos de golpes para enganar as vítimas, aquelas já conhecidas continuam no tipo da lista das mais aplicadas. Entre elas, está o golpe dos nudes, nos quais os estelionatários extorquem a vítima, exigindo pagamento de valores. Outros crimes que seguem fazendo vítimas em larga escala é o conto do bilhete premiado, cartão de crédito, falso depósito, aluguéis de moradias e a clonagem do WhatsApp. “Eles (estelionatários) estão sempre bem informados. Por vezes podem até simular documentos para dar veracidade ao golpe que buscam aplicar”, comenta o delegado.
ANO.........................CASOS
2014.................................26
2015.................................19
2016.................................26
2017.................................42
2018.................................41
2019.................................43
2020.................................89
2021...............................128
2022...............................131
2023...............................133
Fonte: SSP/RS
- Não acredite em lucro fácil ou vantagens que pareçam muito atrativas.
- Não acredite em desconhecidos que lhe abordam na rua ou por telefone. Não acesse links na internet dos quais não tem segurança. Desconfie.
- Converse com familiares, amigos ou mesmo gerente de banco se tiver desconfiança. Estelionatários tentam criar meios de impedir que a vítima busque orientação, como mantê-la ao telefone, para que não seja alertada.
- Não faça depósitos bancários e nem recargas de celulares para quem não conhece.
- No WhatsApp, habilite a verificação em duas etapas e não forneça esse tipo de código por telefone. O mesmo cuidado vale para outros aplicativos - de compras e bancos - que tenham o recurso de verificação em duas etapas.
- Em alugueis de imóveis, desconfie de preços abaixo do mercado, se o dono exigir adiantamento e tiver pressa para que o depósito seja feito ou mesmo se o proprietário não aceitar atender a ligações ou se recusar a receber visita do locatário, para conferir a casa.
- Se receber contato por telefonema ou mensagem de familiar pedindo ajuda, certifique-se de que é real. Telefone para a pessoa antes de qualquer transferência. Converse com outros parentes antes de fazer qualquer depósito.
- Se estiver vendendo algo, não entregue o bem antes de ter certeza de que recebeu o valor do pagamento. Depósitos só são confirmados pelo banco após a conferência do envelope. Então, aguarde para enviar a mercadoria.
- Se for vítima, registre o caso em uma delegacia da Polícia Civil ou pela Delegacia Online. Tente repassar aos policiais o máximo de informações sobre os golpistas.