Colheita do arroz inicia com boas expectativas

Ainda que em ritmo lento, a colheita do arroz teve início no Estado nesta semana. Na safra 2023/2024, o Rio Grande do Sul totalizou 900.203 hectares de área semeada, conforme divulgado na última quarta, 21, pelo Instituto Rio Grande do Arroz (Irga), durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, no município de Capão do Leão. A área plantada com o cereal é 7,17% maior que a cultivada no ciclo anterior, de 839.972 hectares.

Em Candelária, as primeiras movimentações da colheita também já podem ser observadas e estão concentradas em lavouras semeadas com cultivares precoces. Um destes produtores é Marcio Wollmann, de 46 anos, que juntamente com o irmão, antecipou o plantio de aproximadamente 10 hectares. Na terça, 20, ele iniciou a colheita. “Em toda safra buscamos antecipar o plantio e, consequentemente, a colheita”, destaca o produtor que tem colhido uma média de 170 sacas por hectares até o momento. 

De acordo com o engenheiro agrônomo José Fernando Rech de Andrade, chefe do 27º Núcleo de Assistência Rural (Nate) do Irga, que conta com cerca de 400 arizicultores, dos municípios de Candelária, Novo Cabrais, Cerro Branco, Vale do Sol, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Cruzeiro do Sul, a área cultivada aumentou na região (confira no quadro ao lado). “Muitos produtores voltaram a apostar na cultura do arroz, especialmente nas áreas de várzea. Além disso, essa rotação de culturas tem sido uma tendência e deve ser incentivada”, destaca. Segundo ele, 80% da área planta na região é ocupada pelo sistema pré-germianado. “É uma prevenção por conta do fenômeno climático El Niño, pois o plantio em linha exige melhores condições de solo”, destaca. Conforme Andrade, a colheita dever avançar na segunda quinzena de março em função das cultivares de um ciclo mais longo. “O pré-germinado normalmente necessita de 150 dias de concentração nas lavouras”, explica. Sobre o mercado, o engenheiro salienta que o arroz tem se mantido valorizado com a saca de 50 quilos sendo comercializada em torno de R$ 105,00. “Houve uma queda dos insumos e uma valorização mundial do produto por conta de alguns fatores como a escassez e a inflação. Esperamos que os preços continuem sendo sustentáveis e o arroz seja um produto que remunere melhor o produtor”, afirma. Na safra passada, a saca chegou a ser comercializada por R$ 70,00.