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Opinião 02/10/2024 09:51
Por: Odete Jochims

O impacto do crescimento das apostas esportivas

     Somos, diariamente, impactados por manchetes nos principais veículos de comunicação do país sobre as consequências negativas das apostas esportivas no bolso da população brasileira. E, mais do que nunca, é preciso falar abertamente sobre o tema. Diversas pesquisas e estudos mostram que essas atividades reduzem significativamente valores depositados em poupança, em especial, entre as famílias que menos condição têm de guardar dinheiro. O aumento das dívidas no simples desejo - e também na ilusão - de que as apostas trarão ganhos reais, é uma dura realidade entre os brasileiros.

  O ato de apostar é um perigoso gatilho para comportamentos de risco, levando a um ciclo vicioso de perdas e novas apostas na tentativa de recuperar o pouco (ou muito) do que foi perdido. Dessa triste história, o fim é um só: comprometimento financeiro, que pode levar a tensões e conflitos familiares, afetando negativamente a dinâmica e a estabilidade do lar. Além do mais, muitos brasileiros entendem o exercício de apostar como uma forma de investimento, porém, acabam comprometendo o orçamento sem obter o retorno esperado.

  Nesse movimento impensado, produtos de primeira necessidade são trocados por tentativas, sempre frustradas, de ganhos rápidos. Nesse cenário que se mostra sombrio para grande parte da população, tentar a sorte ganha novo significado nos tempos atuais. O que precisa ser debatido e combatido é o empobrecimento e o endividamento do brasileiro por meio da falta de informação a respeito das consequências de decisões incorretas, escondidas sob o sedutor e inofensivo véu do entretenimento. Alguém sempre ganha, e nunca é o cidadão.

  É neste ponto que entra a questão da educação financeira, isto é, saber lidar com seu dinheiro. Neste sentido, se fazem urgentes políticas públicas que ofereça ferramentas assertivas de orientação e do incentivo de atitudes conscientes em relação ao dinheiro e ao crédito para uma vida financeira mais sustentável. 

Márcio Port

Presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste