Secretaria é questionada sobre manejo de árvores no município

Nesta semana, o candelariense Rafael Pfaff se manifestou através de uma carta aberta, enviada por e-mail à ouvidoria do município e aos jornais municipais, cobrando esclarecimentos da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Pesca sobre um suposto descaso com a causa ambiental. Na carta, Rafael questionou o manejo das árvores na área urbana do município, supostos cortes de árvores nativas, feitos pela prefeitura durante manutenções nas estradas do interior e sobre as retiradas de cascalho no Rio Pardo, acima do poço de captação da CORSAN.

Em resposta aos questionamentos do munícipe, a secretaria, por meio do Biólogo Dr. Cristian Pacheco, relatou que os manejos das árvores nos passeios públicos são autorizados pelo técnico responsável e medidas de compensação são adotadas para substituir as espécies suprimidas. Sobre as retiradas de cascalho no Rio Pardo, informou que a empresa BMT Extração de Minerais LTDA possui licença junto aos órgãos responsáveis para realizar a atividade de mineração no leito do Rio Pardo. Por fim, a Secretaria destacou ser justa e louvável a preocupação e os questionamentos do cidadão sobre a questão ambiental, colocando-se a disposição para qualquer esclarecimento.

Confira na íntegra a carta enviada por Rafael e, a seguir, a resposta da Secretaria Municipal.

Prezados;

Venho por meio desta, solicitar esclarecimento da secretaria do meio
ambiente, sobre o manejo das árvores no município. Entendo que as
árvores precisam manutenção se estiverem danificando o encanamento ou
a fiação da cidade, porém iniciar esses cortes sem antes estabelecer
um projeto de substituição de novas árvores é um desdém à causa
ambiental, especialmente em um momento crítico de crise climática onde
os órgãos públicos deveriam estar incentivando a arborização do
município. Ainda, o descaso ambiental se alastra com força nas
regiões interioranas de Candelária. Poucos meses atrás me deparei com
um trecho considerável de mata ciliar completamente rasgado pelo
maquinário da prefeitura nos arredores da ponte do império, que sem
dúvidas causou danos às nascentes que alí existem. As retiradas
irregulares de cascalho acima do poço de captação da CORSAN seguem
frequentes, e na tentativa de alargar o trecho da estrada, cortes
drásticos de árvores nativas foram feitos na estimativa de 10/15
árvores nativas (possuo registros), o que é algo absurdamente
preocupante, pois alí encontram-se um dos maiores e mais importantes
aquíferos do município, responsável por ajudar na concentração da
água do poço de captação da Corsan nos períodos áridos, como o
verão. É uma área sensível e que precisa de todo cuidado e
preservação da mata ciliar de seu entorno.

 Encaminho com revolta essa reclamação, pois é frustrante que a
administração que eu ajudei a eleger com o meu voto e o voto da minha
família e amigos hoje atua em direção contrária as bandeiras que
considero essenciais para o desenvolvimento social do município.

 Aguardando retorno, assim como aguardo que o executivo reveja suas
posições sobre a pauta ambiental, venha a público e apresente com
agilidade um projeto de substituição obrigatória e imediata das
árvores cortadas.

Att, Rafael Pfaff

Prezados, boa tarde!

Venho através deste responder aos questionamentos do Sr. Rafael Pfaff:

Quanto ao questionamento sobre a extração de cascalho, informo que a
empresa BMT Extração de Minerais LTDA possui uma área de 28, 46 ha
licenciada junto à ANM (Agência Nacional de Mineração) e FEPAM
(órgão estadual) para realizar a atividade de mineração no leito do
Rio Pardo.

Quanto aos questionamentos sobre arborização urbana, não ficou
claro sobre quais espécimes arbóreos o requerente se refere. Caso
sejam os espécimes que foram suprimidos para a revitalização do
passeio público ao lado da Prefeitura Municipal, os mesmos foram
autorizados pelo técnico responsável e ,no mesmo local, serão
plantadas espécimes de árvores nativas. Nos demais casos de supressão
de árvores no município, quando se trata de espécimes de espécies
nativas, salientamos que é necessária a autorização do Departamento
de Meio Ambiente para que seja verificada a real necessidade de
supressão e quais as medias de compensação serão adotadas, quando
for o caso.

Dessa forma, entendemos como justo e louvável a preocupação e os
questionamentos do cidadão sobre a questão ambiental e estamos sempre
disponível para qualquer esclarecimento.

Att, Dr. Cristian Pacheco