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Geral 01/03/2019 13:56
Por: Tiago Mairo Garcia

Febre Amarela: Vigilância epidemiológica emite alerta após morte de bugio no Capão do Valo

Material coletado em animal foi enviado para laboratório em Porto Alegre para investigar suspeita de vírus da febre amarela silvestre. Resultado sairá em 30 dias

A morte de um bugio, espécie de macaco silvestre, registrada na última quinta, 21, na localidade de Capão do Valo, fez a vigilância epidemiológica de Candelária emitir um alerta sobre o risco de contaminação da Febre Amarela Silvestre através do mosquito Sabethes e Haemagogus, responsável pela transmissão do vírus da doença. 
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Melissa Rathke, e a enfermeira do setor de imunizações, Lediana Gais, o caso foi descoberto após um agricultor encontrar o animal morto em sua propriedade e comunicar o fato à vigilância. Ao constatarem o fato na localidade, foi realizada coleta de materiais no animal, encaminhadas para análise do laboratório central, em Porto Alegre. Em 30 dias será encaminhado o laudo informando se o animal possuía ou não febre amarela.
Até sair o resultado, as responsáveis pela vigilância epidemiológica emitiram um alerta sobre o risco de vírus da doença para moradores não vacinados que residem na localidade e áreas próximas. "Pedimos para que as pessoas que não possuem a vacina da febre amarela e residem na região que procurem o posto de saúde central para realizarem a vacina", disse Lediana. A vacinação para a doença no local está sendo realizada somente nas quintas pela manhã, das 07h30 às 11h30.
Já Melissa frisou que moradores da zona rural que avistarem outros bugios mortos ou doentes avisem a vigilância o mais breve possível. "A atitude deste proprietário que nos avisou foi a mais correta e poderá salvar muitas vidas humanas caso se confirme o vírus da doença na região. Como ainda não temos o resultado do laboratório, o risco do vírus existe e reforçamos o alerta para que a população entre 9 meses e 59 anos venha se vacinar para evitar uma possível propagação da doença" , finalizou Melissa.
A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. A doença possui dois ciclos de transmissão, o silvestre (quando há transmissão da área rural ou floresta ) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de  pessoa a pessoa. A doença tem importância epidemiológica pela sua gravidade clinica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes  Aegypti.  Os casos que ocorreram no Brasil são de Febre Amarela Silvestre (FAS). Desde 1942 não existem casos de Febre Amarela Urbana (FAU) transmitida pelo Aedes Aegypti. 
No Rio Grande do Sul, entre os dias 1/07/2018 e 30/06/2019 foram notificados 14 casos, sendo que, destes, 13 casos já foram descartados laboratorialmente e 01 caso continua sob investigação. No Brasil foram notificados 682 casos suspeitos até o dia 18/01/2019, sendo 12 confirmados, com cinco óbitos, 554 casos foram descartados e 116 casos ainda continuam sob investigação. Os dados atualizados encontram-se no Informe nº 03 - 2018/2019 - Monitoramento do Período Sazonal da Febre Amarela no Brasil.