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Geral 11/04/2025 08:00
Por: Diego Foppa

Obras de pavimentação da 410 têm ritmo reduzido

Trabalhos continuam sendo realizados, mas estão executados de forma mais lenta por conta de entraves financeiros

Quem trafega pelos 19 quilômetros a serem pavimentados na ERS-410, entre Candelária e Bexiga – Rio Pardo, pode perceber que as obras de pavimentação da rodovia seguem em andamento. Entretanto, o asfalto aguardado há mais de 30 anos, que contemplará cerca de 400 famílias, além da comunidade e motoristas que trafegam pela região, principalmente realizando o escoamento da produção, teve o ritmo dos trabalhos de pavimentação alterado em virtude de alguns entraves financeiros.  

A movimentação das máquinas teria diminuído, quando em meados da segunda quinzena de março, máquinas e caminhões de uma empresa terceirizada pela RGS Engenharia, de Vera Cruz, vencedora da licitação, encerraram as atividades no local. Isto porque, a empresa de terraplanagem Schiefelbein, de Agudo, não estaria recebendo pagamentos pelo serviço. 

Conforme a assessoria do deputado estadual Adolfo Brito, em entrevista à Gazeta do Sul, no início da segunda quinzena de março, em reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o parlamentar sobradinhense teria sido informado de que obras rodoviárias que demandam aporte de recursos estariam com o ritmo reduzido. Mesmo tendo disponibilidade, o Estado não consegue efetuar os pagamentos devido ao teto de gastos. “O secretário Artur Lemos declarou que estão sendo feitas tratativas junto ao governo federal, que, segundo ele, alterou a interpretação da legislação, dificultando a flexibilização do uso dos recursos adicionais do orçamento de 2024. O secretário espera que, nos próximos dias, haja um entendimento com o governo federal para a retomada das obras, pois as empresas estão enfrentando dificuldades para cumprir os contratos”, informa a nota publicada pelo deputado. 

Procurado pela reportagem da Folha, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) ressaltou via assessoria de imprensa que o contrato está passando por reequilíbrio e atualização do projeto. “É uma licitação antiga e houve modificação nas características do trecho e nas fontes de material disponíveis nas pedreiras e jazidas da região. Com isso, o foco inicial da obra é na terraplenagem, um trabalho mais difícil e demorado, mas fundamental para realizar a preparação da rodovia para receber as camadas de pavimentação. Enquanto é providenciada a alteração no contrato e no projeto, a empresa seguirá avançando na primeira etapa de terraplenagem”, dizia o restante da nota enviada pela autarquia. 

Esperança pelo asfalto

Moradora da localidade do Pinheiro, a comerciante Maria Luciana da Cunha se diz esperançosa pelo asfaltamento. “A movimentação das máquinas continua e isso nos traz esperança que ela finalmente sairá do papel”, salientou. Ainda segundo ela, que também integra um grupo de moradores lindeiros da 410, a conclusão da obra beneficiaria toda a comunidade de maneira geral, pois em dias chuvosos a fica difícil trafegar pela estrada por conta do atoleiro. “A estrada está complicada do jeito que está agora”, resume.  

Relembre

No dia 16 de setembro de 2024, uma solenidade com representantes do governo estadual, entre eles o vice-governador, Gabriel Souza, marcou o início da obra. A expectativa era de conclusão em até dois anos, ou seja, até setembro de 2026. Na ocasião, quando foi assinado o contrato com a empresa RGS, o vice-governador garantiu que a verba, na casa dos R$ 60 milhões, estava reservada. Até o fim do ano passado, seriam destinados R$ 1 milhão por mês para o asfaltamento; e a partir deste ano, R$ 2 milhões por mês.