Por: Odete Jochims
Fumo: colheita tem início, com expectativas consideradas elevadas
Qualidade das folhas é considerada boa; preço da venda, porém, ainda não foi estabelecido
Os produtores de fumo já deram início à colheita nas partes de baixa altitude do munícipio. Em comparação com anos anteriores, a colheita já está bastante adiantada (cerca de 15% da plantação de tabaco já foi colhida). De acordo com Carlos Loewe, coordenador de mutualidade da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra), os agricultores da região estão optando por antecipar o plantio e a colheita para evitar jornadas de trabalho longas durante os dias de calor mais intenso do verão.
Silvio André Rehbein, residente da Linha do Rio, iniciou sua colheita nesta última segunda-feira, 25. Com uma plantação de aproximadamente 42 mil pés de tabaco, Rehbein tem boas expectativas para esta safra. De acordo com sua percepção, o frio no início do plantio retardou um pouco o desenvolvimento das folhas, mas a quantidade e a distribuição das chuvas foram muito positivas para a qualidade do fumo. Carlos Loewe, da Afubra, confirma essa visão. Segundo ele, “no ano passado a qualidade já era boa, mas em 2021 está ainda melhor”.
Apesar do otimismo com a qualidade do produto, o preço de venda do fumo ainda não foi estabelecido. Segundo Carlos Loewe, a alta do dólar não será repassada inteiramente para os preços nesta safra, o que certamente ocorrerá na safra seguinte. Ele conta que o saco de adubo custou cerca de R$ 90 neste ano e a tendência é que passe a custar, no ano que vem, por volta de R$ 160, um aumento de quase 78% no valor do insumo. Juntamente com a Afubra, sindicatos e fumageiras estão fazendo uma pesquisa conjunta para o preço do tabaco. Atualmente, cada empresa está estabelecendo seu próprio preço na compra do fumo, mas espera-se que o preço único possa ser novamente viabilizado.
No dia 22 de novembro, algumas empresas já deverão fazer a compra do tabaco. “Isso é muito bom para a economia local, pois é um dinheiro que gira na comunidade”, conta Loewe. “Se a agricultura vai mal, o comércio também vai mal”, explica. Carlos também lembra que o seguro para os fumicultores irá encerrar domingo, dia 31 de outubro. O fumicultor que ainda não fez seu seguro pode procurar a Afubra. “Ela estará de portas abertas”, completa Carlos.
( Arthur Lersch Mallmann)