Por: Mariana Bataioli
Bruno Serves se despede de Candelária
NOVO CICLO | Pastor deixa a Congregação Cristo após 12 anos, para atuar como capelão no Colégio Luterano Redentor; culto será na quarta, 17, às 20 horas
Um ciclo se encerra, para outro começar. Após quase
12 anos de atuação em Candelária, o pastor Bruno Serves, da Igreja Evangélica
Luterana do Brasil, se prepara para iniciar um novo capítulo de sua caminhada ministerial.
Aos 41 anos, ele deixa a Congregação Cristo para assumir o cargo de capelão no
Colégio Luterano Redentor, em Igrejinha, onde trabalhará diretamente com
alunos, professores e famílias em atividades pastorais e pedagógicas. Seu culto
de despedida acontecerá na próxima quarta, 17, com início às 20 horas, e é
aberto a comunidade.
Bruno descreve sua trajetória no município como um
período de “grande crescimento e grandes oportunidades”. Chegou à cidade aos 29
anos e destaca que a vivência local o transformou profundamente. “Foram tempos
de acertos e erros, de reaprender durante a pandemia, de momentos maravilhosos
e de dores também. Hoje saio mais maduro e grato a Deus por tudo o que vivi
aqui”, afirma.
Entre os episódios mais marcantes, o pastor cita
momentos familiares, a trajetória escolar dos filhos e a formatura da esposa.
No ministério, relembra com carinho os casamentos celebrados, o trabalho com jovens,
bandas e coral, as visitas a enfermos no Hospital Candelária, o fortalecimento
da presença digital na congregação, o grupo de homens e a coluna semanal Fica a
Dica, publicada na Folha de Candelária.
Um dos grandes aprendizados, segundo ele, foi
compreender que pessoas sempre devem estar acima das burocracias e agendas.
“Ser pastor é cuidar de pessoas nos mais diferentes momentos da vida. Há muita
carência de quem ouça, ame e cuide”, relata.
Pastor destaca que sua saída trata-se de um
chamado pastoral
Bruno explica que sua saída não se trata de uma
transferência, mas de um chamado pastoral. Após anos recebendo convites,
entendeu que o novo desafio era um sinal para encerrar o ciclo em Candelária. A
decisão, tomada com dor e lágrimas, também envolveu reflexão sobre
oportunidades para a família. “Estamos deixando amigos fiéis e pessoas que se
tornaram uma segunda família. Mas esses vínculos jamais serão desfeitos”,
afirma.
No novo trabalho, o pastor pretende atuar
especialmente com jovens, crianças e seus familiares, além de professores.
Entre as atividades estão aulas de ensino religioso, cultos escolares,
devocionais, projetos culturais, aconselhamento e ações nas redes sociais. Ele
ressalta que trabalhar em uma instituição com filosofia luterana permitirá nortear
o ensino por valores cristãos, oferendo um ambiente emocional e espiritualmente
seguro.
Com cerca de 600 alunos e 70 colaboradores, o
Colégio Luterano Redentor exigirá criatividade e proatividade. Bruno projeta
iniciativas envolvendo música, esporte, teatro, aproximação com pais e
conteúdos digitais. “Quando a criatividade é parceira na pregação da Palavra,
frutos interessantes podem ser colhidos”, afirma.
Ao olhar para trás, o pastor diz encerrar sua missão
em Candelária com a consciência tranquila. “Nossa Congregação passava por um
momento crítico em 2014. Hoje vemos crescimento e fortalecimento, não por minha
causa, mas pelo trabalho de muitas mãos fiéis e, acima de tudo, porque Deus
abençoa quando a igreja trabalha de forma séria e responsável”, ressalta.
Como mensagem final, ele pede que a comunidade
permaneça firme na fé e não deixe de frequentar os cultos. “É no culto que Deus
nos serve com sua Palavra e Sacramentos, assegurando a salvação pela fé em
Jesus”, reforça. Sobre o que mais sentirá falta, Bruno é categórico: “Das
pessoas, dos encontros, dos dias felizes e das dores que compartilhamos. Isso é
ser pastor.”