Hino municipal terá novo nome na autoria

No ano em que Candelária celebra seus 100 anos, um de seus maiores símbolos também alcança uma marca histórica: o hino do município completa 55 anos. E, neste contexto, a professora Vera Hintz Beurmann, conhecida por sua contribuição para a história musical de Candelária, será oficialmente reconhecida como co-autora, uma vez que o arranjo musical criado por ela é mantido até hoje como versão oficial.

Um decreto de lei para o reconhecimento foi elaborado pelo Executivo e será oficialmente assinado pelo prefeito Nestor Ellwanger, o Rim, durante o Baile em comemoração aos 100 anos de Candelária e 150 anos do Clube do Rio Branco, no dia 19 de julho, na sede do Clube, no qual Vera será homenageada.

A musicista ficou sabendo da notícia em primeira mão através da reportagem da Folha na quinta, 26, e não escondeu a emoção. “Fico muito honrada”, afirmou. Na oportunidade, Vera compartilhou detalhes sobre suas raízes na música e sua relação com o hino de Candelária.

A paixão pela música, segundo Vera, vem de berço. “Cresci em meio à música. Meu pai, minha mãe, tios e tias tocavam instrumentos. Em qualquer encontro familiar, tocávamos e cantávamos juntos. Foi assim que cresci, cantando música folclórica alemã”, relembra.

Sua relação com o hino de Candelária é uma história mais longa. Composto pelo professor Protásio Moreira Knewitz entre 1970 e 1978, tornou-se hino oficial em 1983. Contudo, segundo ele conta em reportagem de 1993, publicada pela Folha, a versão foi apresentada publicamente poucas vezes e, depois, relegada ao esquecimento.

Passado algum tempo, Vera, então professora de música da Escola Lepage, tomou conhecimento do hino e ensaiou com seus alunos e com um coral misto que havia organizado, incorporando suas modificações.

Apesar de ter recebido autorização do professor Protásio para fazer alterações na composição, ela esclareceu que não modificou a letra original. “Só alterei a música, porque no final de uma frase ele espichava muito a sílaba. Só isso”, pontua.

Para adaptar o hino à execução vocal, a professora Vera ajustou a tonalidade da melodia e acrescentou um acompanhamento harmônico, resultando no arranjo musical mantido até hoje. A versão atual foi gravada em Santa Cruz do Sul, interpretada pelo professor Abílio Piovesan, com acompanhamento da própria Vera.

“O hino ganhou vida nova”, reconheceu Protásio, na época. “Se Candelária tem seu hino, isso se deve ao esforço da professora Vera”.