Entre a lavoura e a coroa de soberana

Natural do Roncador, a princesa do município, Amanda Henquer, desde pequena já demonstrava paixão pela vida rural. “Eu cresci no meio disso. Quando era criança, ajudava a tirar leite da vaca e sempre tinha um bichinho por perto: cachorro, leitão, até porquinho-da-índia eu já tive. Gostava de ir para a lavoura, nem que fosse só para incomodar. Uma das minhas lembranças mais vivas é andar em cima da carga de fumo”, recorda.

Aos 12 anos, enfrentou a perda do pai, o que tornou difícil a continuidade do trabalho no campo apenas com ela e a mãe. Aos 14, conheceu seu companheiro, com quem, aos 17, começou a construir a vida juntos. O casal adquiriu terras e hoje está na quinta safra, cultivando fumo, soja, milho na localidade de Picada Karnopp.

A trajetória de Amanda rumo à faixa de princesa de Candelária não nasceu de um sonho de infância, mas de uma inspiração familiar. “Meu pai sempre quis me ver desfilando. Morávamos perto da Cascata da Ferradura, onde acontecia a escolha da Garota das Piscinas”, relembra. Mas, apesar do desejo do pai, Amanda nunca chegou a participar, por não gostar de desfilar de biquíni.

Em 2017, Amanda passou a integrar a Acanjur e, em 2024, foi coroada rainha da entidade. Representando a associação na escolha das soberanas do município, conquistou o título de princesa, tornando-se a primeira representante da Acanjur a integrar a corte municipal. Hoje, Amanda é símbolo de representatividade e inspiração para muitas mulheres do campo. “Quero mostrar que é possível. Nossas raízes têm beleza, força e merecem ser valorizadas”, destaca.

Como princesa, ela mantém uma agenda cheia de compromissos, que incluem eventos culturais e sociais. Para facilitar a logística dessas atividades, ela e o companheiro decidiram recentemente  mudar para a cidade, mas sem perder a essência e conexão com o interior. “O campo faz parte de mim e vou levar isso comigo sempre. Quero inspirar outras meninas do interior a sonharem e conquistarem seu espaço”, conclui a princesa.