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Região 07/07/2023 15:19
Por: Odete Jochims

O passado e o futuro de Candelária unidos pelo Geoparque

O projeto será lançado no sábado, 8, e visa tornar a região um dos maiores destinos de turismo e pesquisa paleontológica do Brasil e do mundo

Para além de sua população calorosa e hospitaleira ou das belezas naturais expostas em seus lindos pontos turísticos, o município de Candelária também é reconhecido internacionalmente por outra grande riqueza, a Paleontologia. Embora este assunto não seja novidade aos candelarienses, que por muito tempo ostentaram com orgulho a alcunha de cidade dos dinossauros, a verdade é que o município nunca conseguiu explorar toda a capacidade científica, turística e econômica que o título poderia proporcionar.

Com todo este potencial sendo pouco explorado por muito anos, em meio as comemoração de seus 98 anos, Candelária fará um anúncio que pode mudar toda esta realidade. Neste sábado, 8, durante as comemorações da Festa da Colônia a Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) realiza o lançamento do projeto do Geoparque do Vale do Rio Pardo. A ação acontecerá no Auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária, localizado no Parque Itamar Vezentini e visa o credenciamento do Geoparque junto à Unesco, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), tornando a região um dos maiores destinos de turismo e pesquisa científica na paleontologia.

Segundo o presidente da Aturvarp, Djalmar Marquardt, com o Geoparque serão atraídos muitos recursos para a pesquisa paleontológica, por meio de universidades e organismos internacionais. Além disso, o grande potencial geológico, já explorado na região, ganhará nova conotação. “Será uma nova janela para a região, com benefícios para todos os municípios envolvidos. Esta estrutura reforçará o que já existe, como o Museu Paleontológico de Candelária e pontos turísticos conhecidos, como a paleotoca existente no Parque da Gruta, em Santa Cruz do Sul”, pontua Marquardt.

De acordo com o Curador do Museu Municipal, Carlos Nunes Rodrigues, Candelária possui três dos quatro portais para as diferentes fases do Triássico, período marcado pela diversificação e evolução de muitos grupos de seres vivos, quando surgiram os primeiros dinossauros e os primeiros mamíferos. “Encontramos sete espécies de dinossauros únicas no mundo, seis que já foram nominadas e mais uma em estudo. Contudo, são nossos Cinodontes, ancestrais de todos os mamíferos, que nos colocam em evidência internacional. Com a parceria entre municípios, conseguiremos alcançar o último portal e concentrar todo o Triássico dentro de um só parque. Serão 17 espécies únicas que podem nos dar pistas de como a vida se desenvolveu no planeta terra desde o princípio”, explica.

 

A expectativa das autoridades municipais é que o lançamento do Geoparque do Vale do Rio Pardo dentro das comemorações dos 98 anos de Candelária seja um belo presente ao município, mas principalmente, se torne um grande legado para o futuro da cidade. Pois, quando aprovado junto à Unesco, o parque tornará a região referência na pesquisa científica e no turismo de paleontologia, fixando o Vale do Rio Pardo na cena internacional. Isto favorece o fortalecimento da economia local, por meio do incremento ao turismo, que será amplamente divulgado, a partir da sua inclusão na Rede Mundial de Geoparques da Unesco.