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Rural 24/07/2023 16:33
Por: Charles Silva

Novas estufas estão transformando o cultivo do tabaco na região

Permitindo uma colheita em pequenos volumes diários, as estufas de carga contínua reduzem o esforço físico dos produtores, a necessidade de contratar mão de obra adicional

  • Os agricultores candelarienses Luciano e Vera Schimidt, da Linha Alta, foram uma das primeiras famílias a implementar o novo sistema em Candelária
  • Secador com 8 câmaras de carregamento diário pode secar até 120 arrobas na temporada
  • O ar aquecido pela fornalha, passa de maneira sequencial pelas diversas câmaras de secagem reaproveitando todo o calor e umidade.

Em uma era cada vez mais tecnológica, onde as mudanças nas tecnologias de produção agropecuária são constantes, com novas máquinas e equipamentos sendo apresentados todos os dias, o cultivo do tabaco se destaca como uma das atividades agrícolas mais artesanais, com poucas mudanças significativas em seu modo de produção através dos anos. No entanto, essa importante indústria está passando por uma grande transformação, que promete trazer benefícios significativos para a atividade e a vida dos agricultores.

Os fumicultores da região estão adotando uma nova tecnologia, as Estufas de Carga Contínua, que prometem mudar a forma como são efetuadas a colheita e secagem das folhas, uma das etapas mais desafiadoras do cultivo do tabaco. A tecnologia permite uma colheita em pequenos volumes diários, o que reduz o esforço físico dos produtores e a necessidade de contratar mão de obra adicional. Além disso, o controle preciso da secagem garante que a cura seja realizada no período ideal de 7 dias, resultando em uma qualidade superior do tabaco.

Os agricultores candelarienses Luciano e Vera Schimidt, da Linha Alta, foram uma das primeiras famílias a implementar o novo sistema na região, há três anos, e deram um pequeno relato sobre a tecnologia. De acordo com Luciano, implementar a estufa mudou o cultivo do tabaco desde o plantio. “Eliminando a necessidade de encher o forno para dar início a secagem, podemos fazer o plantio e a colheita de modo compartimentado. Dessa forma não precisamos contratar muitos peões para tirar o fumo da lavoura rapidamente, colhemos só as folha que estão bem maduras. Além disso, sempre perdíamos muita qualidade com os fornos convencionais e elétricos, mas agora não temos mais este problema", relatou.

O produtor também exaltou a economia que tem com esta estufa, segundo ele, o consumo de lenha e energia elétrica é muito menor do que tem com os fornos convencionais. “Nosso sistema tem oito câmaras de secagem interligadas e reaproveitam o calor, mas, mesmo tempo cada câmara tem a temperatura e a umidade controladas individualmente. Além de consumir pouca lenha, não precisamos acordar toda hora para alimentar a fornalha e podemos acompanhar a temperatura pela tela do celular” explicou.

Questionados se não tiveram medo do investimento, Luciano e Vera afirmaram que pesquisaram bastante antes de buscar a tecnologia. “Muitos produtores acham caro, mas a médio e longo prazo vale muito a pena. As pessoas falam que não querem gastar com o fumo. Mas tudo o que temos veio do tabaco. Embora tenhamos vivido altos e baixos ao longo dos anos, é essa a cultura que nos alimenta e representa. Tenho certeza de que estamos preparados para enfrentar quaisquer desafio que vão surgir no futuro", conclui Luciano, com um sorriso no rosto.