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Geral 21/11/2019 19:49
Por: Redação

Greve dos professores estaduais: mobilização prevê caminhada de protesto nesta sexta, 22

Insatisfeitos com o pacote do governo do Estado, professores decretaram greve por tempo indeterminado. Caminhada sairá do Lepage, às 9h

  • Faixa em frente ao Penedo: greve em defesa de direitos e de uma escola pública de qualidade
  • Manifestação nesta sexta terá a Escola Lepage como ponto de partida

Prossegue nas escolas estaduais a greve dos professores que teve início na segunda, 18, com a adesão dos educandários de Candelária. A respeito da situação, Ana Luísa Brandt, diretora do Guia Lopes, comentou que ninguém gosta de greve, mesmo pelo fato de a medida não ser boa para ninguém. Todavia, diante das atuais circunstâncias, não houve outra alternativa. Ana Luísa justifica o uso do direito dos professores exemplificando a diminuição gradativa dos recursos, que foram aos poucos afetando o funcionamento, na escola, de laboratórios, biblioteca, etc. "Isso sem falar nos cinco anos sem reposição salarial. O professor está sendo forçado a fazer milagres", resume. 
Para a vice-diretora do Penedo, Mônica Beskow, o desânimo que atinge hoje a maior parte dos professores tem origem nos vários papéis que esses profissionais exercem em sala de aula, ou seja, tendo não apenas a função de educar, mas prestar ouvidos, servir um café para um aluno que veio sentindo fome, sem contar o carinho sempre envolvido em tudo que diz respeito à educação. Acerca da greve, Mônica é enfática ao afirmar que nunca antes, em seu tempo de magistério, viu uma greve tão maciça, envolvendo professores e funcionários, todos plenamente respaldados pelas comunidades em que atuam. Em relação ao pacote proposto pelo governador, ela resume dizendo que os professores não têm mais nada a perder. Ela menciona o profundo grau de desânimo que atinge os professores, que viram a greve como única saída. Mônica reconhece que a paralisação vem em um momento em que todos gostariam de encerrar o ano letivo. Neste contexto, as medidas propostas pelo Estado vêm mostrar que "os professores não são percebidos. E nós precisamos muito ser percebidos, pois a gente vem sendo massacrado há muito tempo", afirma. Ainda a respeito do pacote, Mônica fala do quanto é desanimador, para quem está em final de carreira, não ter garantidos os direitos previstos ao longo de anos. Nesta sexta, 22, os professores prometem fazer uma caminhada de protesto, com saída do Lepage, às 9h.