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Geral 30/09/2019 15:07
Por: Redação

Palestra na ACIC encerra o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio

  • Psiquiatra Fernando Godoy Neves discorreu sobre o comportamento de quem comete suicídio e o que se pode fazer para prevenir
  •  Um público atento acompanhou a palestra

Na sexta-feira, 27, uma palestra no auditório da ACIC encerrou a programação alusiva ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio. A iniciativa foi da Sociedade Beneficente Hospital Candelária. Ao discorrer sobre o assunto, o psiquiatra Fernando Godoy Neves, de Santa Cruz do Sul, lançou um pouco de luz sobre um assunto sobre o qual ainda pairam muitas dúvidas e que já se tornou motivo de preocupação em todos os países, em todas as classes sociais.

Existem muitas coisas que a sociedade pode fazer para diminuir ou evitar os casos de suicídio. A primeira dessas atitudes é estar disponível para quando alguém com depressão sinalizar na direção desse ato extremo. Frases como “Eu sou um fracasso”, “Sou um fardo para minha família” ou “Não aguento mais” são sinais claros de que a pessoa está em risco. Segundo o médico, o suicídio pode ser cometido tanto por impulso como por planejamento. Outro comportamento comum é a automutilação, que é quando a pessoa se fere intencionalmente, mas sem a intenção, consciente ou não, de dar fim à própria vida, o que ocorre quando a enfermidade atinge o grau máximo de gravidade.

O suicídio ocorre em maior número na faixa etária dos 15 aos 29 anos. As vítimas são pessoas em geral depressivas, agnósticas ou com baixa espiritualidade. Outros fatores indicativos são o desemprego ou a impotência diante de uma crise econômica. Embora a maior parte dos casos se dê mesmo na faixa etária mencionada, explica Neves, é alarmante o quanto as estatísticas estão aumentando entre pessoas da terceira idade.

NÚMEROS – No Brasil, entre os anos de 2007 e 2016, os casos de suicídio chegam ao patamar de 10 a 12 casos por 100 mil habitantes. No Vale do Rio Pardo, porém, esse número salta para 17 casos por 100 mil habitantes. Esse aumento está associado ao fato de a população local ter origem alemã, um povo tido normalmente como severo consigo mesmo. Em Candelária, no ano de 2018, foram notificadas 56 tentativas de suicídio. Sabe-se, no entanto, que em tal dado não constam as tentativas que não chegam ao hospital e, assim, não são notificadas. Da mesma maneira, o número é apenas de tentativas, nele não constando os suicídios levados a cabo.