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Geral 11/07/2020 11:07
Por: Redação

Região vai apresentar recurso em relação à bandeira vermelha

De acordo com o prefeito candelariense e presidente da Amvarp Paulo Butzge, objetivo é reverter a classificação que, caso não seja mudada, irá fechar novamente o comércio local a partir de terça, 14

O final de semana será de muito trabalho na prefeitura de Candelária e em alguns outros municípios do Vale do Rio Pardo. Essa atividade extra está relacionada ao mapa preliminar do modelo de distanciamento do governo do estado, que classificou a região de Santa Cruz do Sul, que inclui Candelária, como bandeira vermelha, de risco alto para o coronavírus. A classificação, oficializada no início da noite de sexta, 10, ainda é provisória e está sujeita a recursos das associações de municípios e das próprias prefeituras no prazo de 36 horas, que se encerra às 6h da manhã de domingo, 12. A piora dos dados levados em conta para a atualização do mapa realizada semanalmente determinou a mudança da bandeira laranja (risco médio) para a vermelha. Apenas os municípios que não tiveram registro de hospitalização e óbido por covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento podem seguir obedecendo as regras da bandeira laranja, apesar da sua região estar classificada como vermelha. No caso da região de Santa Cruz, que reúne os municípios do Vale do Rio Pardo, essa regra beneficia Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Passo do Sobrado, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde e Vera Cruz. Candelária não foi incluída nesta relação tendo em vista que, de acordo com o boletim divulgado na sexta, 10, três pacientes com coronavírus estavam hospitalizados. A região de Cachoeira do Sul também foi classificada na bandeira vermelha, mas Cerro Branco e Novo Cabrais poderão seguir nas regras atuais por não terem nenhuma confirmação de covid-19 e, em consequência, nenhuma hospitalização e morte pela doença. 
Em sua habitual participação do programa da Prefeitura transmitida às 8h da manhã de sábados, na Rádio Sorriso, o prefeito candelariense Paulo Butzge adiantou que o Gabinete de Enfrentamento e Prevenção do Coronavírus já se encontrou na véspera e deverá seguir reunido neste sábado para avaliar a situação.. Ainda na noite de sexta, 10, ouvido pela reportagem da Folha, o prefeito observou ser possível, num primeiro momento, contestar eventuais percentuais absolutos de aumento dos indicadores, pois em termos quantitativos, os números do município são baixos no número de casos e hospitalizações na comparação com outras cidades. A princípio, pelo que ficou decidido na manhã deste sábado, 11, Candelária não deverá apresentar um recurso de forma isolada. A chance maior, segundo avaliação feita, é de um recurso da associação que agrega os municípios. Neste aspecto, a Amvarp irá recorrer da bandeira vermelha. Para tanto, já foi realizada na manhã de sábado, 11, uma videoconferência com os gestores e outros representantes dos municípios para debater a nova realidade. De acordo com o prefeito Paulo Butzge, o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) já está repassando os números de cada município e traçar um comparativo com os que o estado apresentou. Ele explicou que algumas vezes os indicadores não estão devidamente atualizados, circunstância que pode impacatar na definição da bandeira.


Para a Acic, caso prevaleça a bandeira vermelha, impactos serão trágicos
O presidente da Associação do Comércio e Indústria de Candelária (Acic), Flávio Karnopp, e o vice-presidente da entidade, Clairton Kleinert, se reuniram com o prefeito Paulo Butzge na manhã de sábado e acomnpanharam a videoconferência da Amvarp e do Cisvale. Flávio disse que a fixação definitiva da bandeira vermelha será trágica para o comércio e indústria locais. Neste sentido, avaliou que a possibilidade de um novo fechamento das atividades não consideradas essenciais surge num momento em que se experimentava uma leve recuperação das empresas, muito afetadas, de forma geral, pelos efeitos da pendemia. O dirigente da Acic teme que a obrigatoriedade do fechamento dos estabelecimentos gere mais desemprego. “É dinheiro que deixa de entrar e circular”, salientou. Flávio Karnopp afirmou, ainda, que as entidades representantivas do comércio e indústria do estado se reúnem semanalmente com o governador Eduardo Leite para pedir que dados econômicos também sejam considerados na classificação das bandeiras. O argumento neste sentido é de que as restrições ao funcionamento das empresas estão gerando outros danos à saúde das pessoas, como a fome, depressão e aumento das taxas de suicídio. “O governador concorda com os argumentos, mas, na prática, nada muda”, concluiu.