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Rural 14/06/2019 09:16
Por: Redação

Agricultura: produção de soja supera a de tabaco em valores

Historicamente a cultura mais rentável em Candelária, o tabaco apresentou números inferiores ao da soja em 2018 nos valores comercializados

  • Na comparação com 2010, montante comercializado da soja aumentou 624% em 2018
  • A valorização e o uso da tecnologia aplicada são alguns dos fatores citados para o crescimento da soja

O crescimento da produção de soja em Candelária, constatada nas propriedades rurais, agora é confirmada por números. E são números que retiram a histórica liderança do tabaco no montante comercializado no município. De acordo com dados extraídos da Secretaria Estadual da Fazenda pelo servidor do setor de blocos do município, Alcione Machado, a venda de soja totalizou em 2018 a importância de R$ 93.843.583,55, enquanto que o montante do arrecadado com a comercialização de tabaco chegou a R$ 86.458.992,62. Os números da soja referem-se a 373 propriedades, com uma área de 17 mil hectares, enquanto que os do tabaco de 2.060 propriedades, numa área de 5.500 hectares. Os dados são do IBGE.

diferença em números percentuais favorável à soja é de 8,5%. A título de ilustração, verifica-se que em 2017, a venda de soja chegou a R$ 66.453.880,19 (41,2% a menos do que em 2018), enquanto que a de tabaco totalizou R$ 88.715.799,21 (2,61% a mais na comparação com 2018). A interpretação dos dados da Fazenda do estado permite concluir também que a produção de soja alavancou de forma significativa o Valor Adicionado Básico (VAB) Agrícola de Candelária, conforme destaca o oficial da governança do município, Bernardo Rizzi. Em 2010, a participação da soja era 10,8% do total de R$ 119.925.825,44, ou seja, R$ 12.960.368,00. Já em 2018, tal indicador passou para 40,5% de um total de R$ 231.477.785,17, correspondendo a R$ 93.843.583,55, o que representa um crescimento do VAB Agrícola de 93%, entre 2010 e 2018. Verifica-se que o crescimento da soja com base na produção entre 2010 e 2018 atingiu o montante de 624% (de R$ 12.960.368,00 para R$ 93.843.583,55).

Ouvido pela reportagem a respeito da mudança de posição do tabaco e da soja no ranking do faturamento no município, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Marco Treichel, citou uma série de fatores. Considerou, inicialmente, que os números indicam uma queda de 9,5% na produção de tabaco e de 2,5% na receita do produto, na comparação com o ano anterior. Além disso, ainda em relação ao tabaco, lembrou a influência da campanha antitabagista, a exigência de mão de obra cada vez mais difícil e o severo controle no trabalho do menor de idade, diferente do que acontece em outras atividades. O secretário ainda registra que os agricultores mais velhos estão se aposentando e os mais jovens escolhem outras fontes de renda. “Observa-se também uma estagnação do valor comercial do tabaco e uma nova realidade no aproveitamento das pequenas propriedades”, acrescentou. Por sua vez, em relação ao avanço da soja, Marco Treichel elenca como motivadores a valorização da commodity, a expansão do mercado internacional, a valorização do produto, o uso da tecnologia aplicada e a qualificação profissional dos produtores.