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Rural 05/08/2022 09:23
Por: Odete Jochims

Tabaco: plantio das mudas avança no município

Estimativa da Afubra é de que, até o fim de semana, em torno de 50% da área destinada ao cultivo do tabaco já esteja plantada

  • Equipe encarregada do plantio de fumo em Rincão das Casas
  •  Rodrigo Coimbra da Rocha

O plantio de fumo para o ciclo 2022/2023 vem ganhando força em Candelária. Enquanto alguns produtores fazem experimentos com o plantio antecipado, a imensa maioria dos fumicultores candelarienses plantam as mudas de fumo nas lavouras entre os dias 20 de julho e 20 de agosto. Conforme Carlos Loewe, coordenador de mutualidade da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra), aproximadamente 50% da área destinada ao cultivo de fumo em Candelária já foi plantada. Nas partes de baixa altitude do município, a área cultivada pode chegar a 75% até o fim de semana.

Como muitos de seus conterrâneos, o plantio de fumo na propriedade de Rodrigo Coimbra da Rocha, 42 anos, situada em Rincão das Casas, teve início no dia 20 de julho. As chuvas, entretanto, obrigaram as mudas de fumo a aguardarem mais tempo nas bandejas. Com o retorno de um breve período de tempo seco, foi possível para o agricultor e sua equipe darem sequência ao trabalho de plantar 100 mil pés de tabaco.

DESAFIOS – Mesmo com a umidade excessiva atrasando um pouco o ato do plantio, a maior preocupação dos fumicultores, dessa vez, não é o clima: são as finanças. Ao final da safra anterior, a mera projeção dos custos de produção para o atual ciclo já eram uma dor de cabeça para o produtor. Agora, é necessário enfrentar o problema de frente. “Na safra passada, eu adquiri o adubo a R$ 90; este ano, nós pagamos mais de R$ 200. A diferença é muito grande”, revela Rodrigo.

Apesar da inflação no custo de produção, as variações na Tabela de Preços Mínimos do Tabaco não acompanharam o ritmo da subida de preços, gerando uma perda no poder de compra do agricultor. Neste processo, há também um efeito cascata: com um retorno menor na venda do fumo e a inflação dos produtos básicos, fica cada vez mais difícil para o produtor rural remunerar os trabalhadores diaristas e estes, por sua vez, conseguirem extrair seu sustento através do trabalho na safra. “Eu sinto que nós, fumicultores, muitas vezes não estamos sendo enxergados. Nós não temos mais segurança e previsibilidade junto às empresas que adquirem o tabaco. Frente a estes desafios, a gente pensa até na possibilidade de mudar de cultura”, desabafa Rodrigo.