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Rural 18/01/2024 18:53
Por: Diego Foppa

Acordo com JTI assegura ganho real ao produtor

Na variedade Virgínia, reajuste será de 8%, de forma linear. Negociações com as demais empresas não tiveram definições

  • Entidades que representam os fumicultores e empresa chegaram a um acerto após a segunda reunião, na segunda e terça-feira

Pelo terceiro ano consecutivo, as entidades representativas dos fumicultores assinaram protocolo com a JTI. Após a segunda reunião de negociação, entidades e empresa firmaram o reajuste de 8%, de forma linear, na tabela de preço da variedade Virgínia, valendo para a safra 2023/2024. Com isso, o valor do quilo do BO1 passa para R$ 22,46. A variação do custo de produção apurado do Virgínia foi de 5,06%. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 2,94%. Já para o Burley, cuja variação do custo de produção apurado é de -1,77%, foi firmado acordo de um reajuste de 6,56%, não linear, em razão da criação de um plus em quatro classes que valorizam o tabaco de alta qualidade. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 8,33%. O valor do B1 do Burley passa a valer R$ 20,01.

“Para nós, entidades, a assinatura do protocolo com a JTI mostra que a empresa vem valorizando o seu produtor integrado. São três safras seguidas que as partes chegam num acordo que estabelece um preço mínimo, em tabela, e isso é muito importante”, enfatizam os representantes dos fumicultores, que ainda destacam que a empresa é a que mantém a tabela com os preços mais altos pagos aos seus produtores integrados.

As reuniões subsequentes, com seis empresas, não lograram êxito. Com o objetivo de buscar uma equiparação das tabelas de preço e rentabilidade para o produtor, a proposta da representação, para cada empresa, é a variação do custo de produção mais 5 pontos percentuais. (Com informações de Luciana Jost - assessora de imprensa da Afubra)

 

Nova rodada de negociações deve ser dia 25 

Uma nova rodada de negociação com as empresas está prevista para o dia 25 de janeiro. Os membros da comissão representativa dos fumicultores esperam que as empresas revejam as suas propostas e tragam proposições positivas no próximo encontro.
Os representantes dos fumicultores informaram, em nota, que os produtores do Burley podem comemorar um retorno positivo das reuniões, pois foram contemplados com uma boa lucratividade. Isso deixou as entidades satisfeitas. “Porém, no Virgínia, não podemos e não vamos aceitar que as empresas apresentem propostas de reajuste de preço que não atinjam nem a variação do custo de produção. Isso só faz com que o sistema integrado seja enfraquecido. Negociação de preço é para trazer lucratividade para o produtor. Ou seja, custo de produção é obrigação; um percentual a mais, é valorização. E isso é fundamental para garantir a continuidade de uma cadeia produtiva que sempre foi exemplo para outras culturas”, destaca a representação. A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas federações da agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. As reuniões desta semana foram realizadas na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul, tendo como pauta a tabela de preço do tabaco para a safra 2023/2024.