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Geral 13/09/2024 11:02
Por: Arthur Mallmann

Paulo Butzge: a boa política de um apaixonado por Candelária

Na segunda entrevista da série com os postulantes ao Executivo candelariense, o ex-prefeito Paulo Butzge (PSB), da Coligação com o Povo, conta sobre sua trajetória e sua visão para o município

  • Paulo Butzge: preparado para gerir o município (Foto: Arthur L. Mallmann | Folha de Candelária)
  • O candidato a vice, Alan Wagner (Foto: Arthur L. Mallmann | Folha de Candelária)

Paulo Butzge, 54 anos, filho de Odilo e Daguimar Butzge, não nasceu dentro da política. Contudo, as curvas da vida o levaram a trilhar esse caminho. Hoje, após dois mandatos como prefeito, ele sente que a política já faz parte de sua essência. “Eu aprendi a gostar da boa política, aquela que é conduzida pensando no bem da comunidade, não para ganhos pessoais”, pontua. É com essa convicção que ele se lança na disputa por mais um mandato, determinado a seguir contribuindo para o desenvolvimento de sua querida cidade.

Nascido em 1970, Paulo cresceu em Candelária, onde seus pais chegaram na década de 1960. Desde muito pequeno, ele ajudava os pais no negócio familiar de transporte de cargas, o que lhe ensinou valiosas lições sobre trabalho e responsabilidade. "Foi assim que aprendi como as coisas funcionam, de onde vem o dinheiro, a não gastar mais do que ganhamos", relembra. Seus anos de formação foram divididos entre a Escola Rio Branco e o Colégio Medianeira, onde concluiu o Ensino Médio. Depois, Paulo completou o ensino superior em Santa Cruz do Sul, justamente na época da transição da Fisc para Unisc.

Ao longo dos anos, ele não apenas ajudou no negócio da família, mas também construiu a sua própria. Casado com Gabriela Schmachtenberg, com quem teve dois filhos, Paula e Rafael, Butzge destaca a importância da família em sua trajetória. "Graças a Deus, a minha esposa tem os negócios dela; eu tenho os meus; a minha filha trabalha e o meu filho já ajuda nos negócios da família", comenta com orgulho.

Embora sua relação com a política não tenha começado cedo, ela foi ganhando espaço em sua vida. No passado, chegou a se filiar a partidos em razão da candidatura a vereador de seu avô, já falecido, mas nunca se considerou um militante fervoroso. Tudo mudou em 2006, quando recebeu o convite para ingressar no Executivo municipal. "Fui vendo como funciona a política por dentro", conta. A oportunidade de se candidatar a prefeito veio em 2012, quando a candidatura de Moacir Thumé foi impugnada, e o partido escolheu Paulo como substituto. “Foi então que vivi a minha primeira campanha política de fato”, relembra. Ele foi eleito prefeito em 2012 e reeleito em 2016, consolidando-se como uma figura importante na política de Candelária.

O ex-prefeito acredita que seus mandatos foram marcantes para o município. "Acreditamos que mudamos o perfil da cidade e do interior", afirma. Crítico da polarização e das inimizades geradas pela política, Paulo defende um modelo de governança focado no bem comum. “É no município que a vida cotidiana acontece. É precisa realizar construções dialogadas. Eu vejo que a política hoje é deturpada, às vezes criando algumas inimizades desnecessárias. Não vejo isso como algo positivo", afirma.

 

 “Nosso município não pode estagnar”, afirma

Para Butzge, nos últimos anos Candelária vivenciou uma importante fase de ampliação do setor industrial; entretanto, mais recentemente, esse desenvolvimento estagnou. “A nossa vida é feita de galgar posições, tal como uma escada. Não deveria bastar termos as indústrias que temos: é preciso seguir buscando mais”, afirmou, defendendo uma busca ativa por novos investimentos. “A indústria gera uma bola de neve positiva para o município”, ressalta.

Nesse sentido, o ex-prefeito alerta para o risco de uma acomodação com as conquistas já obtidas, enfatizando a necessidade de mostrar o potencial do município de forma incessante a fim de atrair novos investimentos. “Se as oportunidades não existirem, essa juventude vai ganhar a vida em outros lugares”, pontua, mencionando a quantidade de crianças que fazem parte da rede escolar local, que em breve estarão ingressando no mercado de trabalho.

Se a indústria ganhou importância, a agricultura do município nunca perdeu sua força. E, na visão do candidato, a administração pública teria um papel a cumprir para manter a força do setor. “Precisamos estar presentes na propriedade do agricultor. Seja com máquinas e equipamentos para melhorar as estradas e a acessibilidade, seja com técnicos agrícolas, de modo que possamos apresentar ao produtor as inovações que surgem”, pontua.

Butzge também se mostrou preocupado com os desafios ambientais que o município pode enfrentar nos próximos anos. Ele recordou a enchente de 2024 como um alerta para a necessidade de planejamento preventivo. "Nada nos garante que episódios extremos não aconteçam novamente", afirmou. Com o nível do Rio Pardo atualmente baixo e previsões de estiagem, o candidato pergunta: "Como lidaremos com isso se a estiagem se confirmar?".

Paulo reconhece que ações voltadas ao meio ambiente nem sempre recebem a visibilidade devida, mas são essenciais para garantir a qualidade de vida da população. Durante seu mandato, Butzge recorda da implementação de legislações de proteção às águas e políticas de manejo adequado do lixo, projetos que, segundo ele, não avançaram após sua saída do governo. "Ficamos estagnados em múltiplas questões, em que meu governo deu o pontapé inicial e os projetos não foram adiante", lamentou, defendendo a retomada dessas iniciativas em diálogo com a comunidade.


Por que quer ser prefeito?

“Porque sou Candelariense de coração. Em qualquer lugar que eu vá, eu tenho orgulho de dizer que sou cidadão candelariense. Em razão do amor que eu tenho por essa terra, sinto que estou muito preparado para continuar gerindo o município, dando a minha contribuição para que Candelária seja ainda melhor. Temos uma ótima cidade para se viver, mas é necessário que sejam feitos alguns ajustes, e eu estou qualificado para realizá-los”


O vice

Alan Wagner (PSB) é professor, músico, maestro da Orquestra de Candelária, empresário, diretor do colégio Medianeira há dez anos e vereador do município há três mandatos. Filho de Bento e Arlete Wagner, Alan é casado com Carine de Carvalho Wagner e pai de Caetana de Carvalho Wagner.


O candidato a vice, Alan Wagner (Foto: Arthur L. Mallmann | Folha de Candelária)


Propostas

SAÚDE 

Melhorar continuamente o espaço físico e equipamentos para oferecer mais conforto aos usuários do sistema de saúde; qualificar rotineiramente os profissionais de saúde, acompanhando as mudanças da área; renovar constantemente a frota de veículos da saúde, garantindo eficiência no atendimento; mobilizar o Executivo para, de temos em tempos, eliminar a fila para exames especializados; aumentar a oferta de especialidades médicas no município, trazendo mais serviços e reduzindo a necessidade de deslocamento.

EDUCAÇÃO 

Qualificar os profissionais da educação; melhorar constantemente os espaços físicos das escolas; introduzir, nos mais amplos e variados sentidos, a era digital nas escolas; a partir de um mapeamento das rotas do transporte escolar, otimizar o tempo de trajeto dos alunos; ampliar a oferta de vagas no ensino infantil integral com a criação de novas EMEIs.

INFRAESTRUTURA 

Dotar 100% das ruas e avenidas da cidade com pavimentação; resolver a questão do esgotamento sanitário a céu aberto; acelerar o estudo hidrológico para solucionar problemas de esgotamento pluvial e alagamentos; implementar eficiência energética com geração de energia solar em prédios públicos; melhorar a gestão de resíduos sólidos, separando recicláveis e rejeitos; ampliar a instalação de lixeiras adequadas, promovendo educação ambiental; manter e melhorar a infraestrutura das estradas no interior, substituindo bueiros e pontes; adquirir mais maquinários para melhorar as estradas do interior; ampliar a rede de iluminação pública no interior; expandir as redes de água potável no interior para garantir abastecimento a mais famílias; promover o aparelhamento da Defesa Civil municipal, qualificando e ampliando seu pessoal, de modo a possibilitar um enfrentamento efetivo em caso de desastres ambientais; intensificar a recuperação dos danos materiais causados pela enchente.

[A série terá continuidade com a entrevista do candidato Wilmar Rediske (PDT), que será publicada no dia 20 de setembro. Nelas, os postulantes ao cargo de prefeito abordam suas trajetórias pessoais, profissionais e políticas, bem como os planos para o futuro, caso sejam eleitos]