Por: Arthur Mallmann
Paulo Butzge: a boa política de um apaixonado por Candelária
Na segunda entrevista da série com os postulantes ao Executivo candelariense, o ex-prefeito Paulo Butzge (PSB), da Coligação com o Povo, conta sobre sua trajetória e sua visão para o município
Paulo Butzge, 54 anos, filho de
Odilo e Daguimar Butzge, não nasceu dentro da política. Contudo, as curvas da
vida o levaram a trilhar esse caminho. Hoje, após dois mandatos como prefeito,
ele sente que a política já faz parte de sua essência. “Eu aprendi a gostar da
boa política, aquela que é conduzida pensando no bem da comunidade, não para
ganhos pessoais”, pontua. É com essa convicção que ele se lança na disputa por
mais um mandato, determinado a seguir contribuindo para o desenvolvimento de
sua querida cidade.
Nascido em 1970, Paulo cresceu em
Candelária, onde seus pais chegaram na década de 1960. Desde muito pequeno, ele
ajudava os pais no negócio familiar de transporte de cargas, o que lhe ensinou
valiosas lições sobre trabalho e responsabilidade. "Foi assim que aprendi
como as coisas funcionam, de onde vem o dinheiro, a não gastar mais do que
ganhamos", relembra. Seus anos de formação foram divididos entre a Escola
Rio Branco e o Colégio Medianeira, onde concluiu o Ensino Médio. Depois, Paulo
completou o ensino superior em Santa Cruz do Sul, justamente na época da transição
da Fisc para Unisc.
Ao longo dos anos, ele não apenas
ajudou no negócio da família, mas também construiu a sua própria. Casado com
Gabriela Schmachtenberg, com quem teve dois filhos, Paula e Rafael, Butzge
destaca a importância da família em sua trajetória. "Graças a Deus, a
minha esposa tem os negócios dela; eu tenho os meus; a minha filha trabalha e o
meu filho já ajuda nos negócios da família", comenta com orgulho.
Embora sua relação com a política
não tenha começado cedo, ela foi ganhando espaço em sua vida. No passado,
chegou a se filiar a partidos em razão da candidatura a vereador de seu avô, já
falecido, mas nunca se considerou um militante fervoroso. Tudo mudou em 2006,
quando recebeu o convite para ingressar no Executivo municipal. "Fui vendo
como funciona a política por dentro", conta. A oportunidade de se
candidatar a prefeito veio em 2012, quando a candidatura de Moacir Thumé foi
impugnada, e o partido escolheu Paulo como substituto. “Foi então que vivi a
minha primeira campanha política de fato”, relembra. Ele foi eleito prefeito em
2012 e reeleito em 2016, consolidando-se como uma figura importante na política
de Candelária.
O ex-prefeito acredita que seus
mandatos foram marcantes para o município. "Acreditamos que mudamos o
perfil da cidade e do interior", afirma. Crítico da polarização e das
inimizades geradas pela política, Paulo defende um modelo de governança focado
no bem comum. “É no município que a vida cotidiana acontece. É precisa realizar
construções dialogadas. Eu vejo que a política hoje é deturpada, às vezes
criando algumas inimizades desnecessárias. Não vejo isso como algo
positivo", afirma.
“Nosso município não pode
estagnar”, afirma
Para Butzge, nos últimos anos Candelária
vivenciou uma importante fase de ampliação do setor industrial; entretanto,
mais recentemente, esse desenvolvimento estagnou. “A nossa vida é feita de
galgar posições, tal como uma escada. Não deveria bastar termos as indústrias
que temos: é preciso seguir buscando mais”, afirmou, defendendo uma busca ativa
por novos investimentos. “A indústria gera uma bola de neve positiva para o
município”, ressalta.
Nesse sentido, o ex-prefeito alerta
para o risco de uma acomodação com as conquistas já obtidas, enfatizando a
necessidade de mostrar o potencial do município de forma incessante a fim de
atrair novos investimentos. “Se as oportunidades não existirem, essa juventude
vai ganhar a vida em outros lugares”, pontua, mencionando a quantidade de
crianças que fazem parte da rede escolar local, que em breve estarão
ingressando no mercado de trabalho.
Se a indústria ganhou
importância, a agricultura do município nunca perdeu sua força. E, na visão do
candidato, a administração pública teria um papel a cumprir para manter a força
do setor. “Precisamos estar presentes na propriedade do agricultor. Seja com
máquinas e equipamentos para melhorar as estradas e a acessibilidade, seja com
técnicos agrícolas, de modo que possamos apresentar ao produtor as inovações
que surgem”, pontua.
Butzge também se mostrou
preocupado com os desafios ambientais que o município pode enfrentar nos
próximos anos. Ele recordou a enchente de 2024 como um alerta para a
necessidade de planejamento preventivo. "Nada nos garante que episódios
extremos não aconteçam novamente", afirmou. Com o nível do Rio Pardo
atualmente baixo e previsões de estiagem, o candidato pergunta: "Como
lidaremos com isso se a estiagem se confirmar?".
Paulo reconhece que ações
voltadas ao meio ambiente nem sempre recebem a visibilidade devida, mas são
essenciais para garantir a qualidade de vida da população. Durante seu mandato,
Butzge recorda da implementação de legislações de proteção às águas e políticas
de manejo adequado do lixo, projetos que, segundo ele, não avançaram após sua
saída do governo. "Ficamos estagnados em múltiplas questões, em que meu
governo deu o pontapé inicial e os projetos não foram adiante", lamentou,
defendendo a retomada dessas iniciativas em diálogo com a comunidade.
Por que quer ser
prefeito?
“Porque sou
Candelariense de coração. Em qualquer lugar que eu vá, eu tenho orgulho de
dizer que sou cidadão candelariense. Em razão do amor que eu tenho por essa
terra, sinto que estou muito preparado para continuar gerindo o município,
dando a minha contribuição para que Candelária seja ainda melhor. Temos uma
ótima cidade para se viver, mas é necessário que sejam feitos alguns ajustes, e
eu estou qualificado para realizá-los”
O vice
Alan Wagner (PSB) é professor, músico, maestro da Orquestra
de Candelária, empresário, diretor do colégio Medianeira há dez anos e vereador
do município há três mandatos. Filho de Bento e Arlete Wagner, Alan é casado
com Carine de Carvalho Wagner e pai de Caetana de Carvalho Wagner.

O candidato a vice, Alan Wagner (Foto: Arthur L. Mallmann | Folha de Candelária)
Propostas
SAÚDE
Melhorar
continuamente o espaço físico e equipamentos para oferecer mais conforto aos
usuários do sistema de saúde; qualificar rotineiramente os profissionais de
saúde, acompanhando as mudanças da área; renovar constantemente a frota de
veículos da saúde, garantindo eficiência no atendimento; mobilizar o Executivo
para, de temos em tempos, eliminar a fila para exames especializados; aumentar
a oferta de especialidades médicas no município, trazendo mais serviços e
reduzindo a necessidade de deslocamento.
EDUCAÇÃO
Qualificar
os profissionais da educação; melhorar constantemente os espaços físicos das
escolas; introduzir, nos mais amplos e variados sentidos, a era digital nas
escolas; a partir de um mapeamento das rotas do transporte escolar, otimizar o
tempo de trajeto dos alunos; ampliar a oferta de vagas no ensino infantil
integral com a criação de novas EMEIs.
INFRAESTRUTURA
Dotar
100% das ruas e avenidas da cidade com pavimentação; resolver a questão do
esgotamento sanitário a céu aberto; acelerar o estudo hidrológico para
solucionar problemas de esgotamento pluvial e alagamentos; implementar
eficiência energética com geração de energia solar em prédios públicos;
melhorar a gestão de resíduos sólidos, separando recicláveis e rejeitos;
ampliar a instalação de lixeiras adequadas, promovendo educação ambiental;
manter e melhorar a infraestrutura das estradas no interior, substituindo
bueiros e pontes; adquirir mais maquinários para melhorar as estradas do
interior; ampliar a rede de iluminação pública no interior; expandir as redes
de água potável no interior para garantir abastecimento a mais famílias;
promover o aparelhamento da Defesa Civil municipal, qualificando e ampliando seu
pessoal, de modo a possibilitar um enfrentamento efetivo em caso de desastres
ambientais; intensificar a recuperação dos danos materiais causados pela
enchente.
[A série terá
continuidade com a entrevista do candidato Wilmar Rediske (PDT), que será
publicada no dia 20 de setembro. Nelas, os postulantes ao cargo de prefeito abordam
suas trajetórias pessoais, profissionais e políticas, bem como os planos para o
futuro, caso sejam eleitos]