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Geral 08/04/2022 09:19
Por: Redação

Canção de artista candelariense é selecionada em festival

“Pelego Preto”, de Silvério Motta, foi uma das canções finalistas do Levante da Canção Gaúcha, de Capão do Leão

No último final de semana, dias 2 e 3, aconteceu a triagem das canções para o festival Levante da Canção Gaúcha, de Capão do Leão, que será realizado no dias 6 e 7 de maio. Ao total, 235 canções nativistas foram inscritas e, destas, 12 foram selecionadas para a final (10 na concorrência ampla e 2 de compositores locais). Uma das selecionadas é a nova composição do candelariense Silvério Motta, com melodia de Matheus Bica e Gustavo Iser, chamada “Pelego Preto”.

A inspiração para a letra veio de uma situação real. Silvério conta que, pelo fato dos rebanhos ovinos do estado serem compostos majoritariamente de ovelhas brancas, o pelego preto é um objeto de desejo na cultura gaudéria. “Em 2016, na véspera do meu aniversário, me ofereceram duas ovelhas. Inicialmente, eu não tinha intenção de comprá-las, mas o fiz justamente por serem da cor preta e poder, depois, obter um pelego preto. No momento de carneá-las, veio a inspiração para música”, recorda.

Atualmente, Silvério Motta faz parte do conjunto De Pampa y Guitarra e já tem shows com data marcada para abril e maio. Além de músico, Silvério também trabalha com artesanato em couro – no linguajar gaúcho, trata-se de um “guasqueiro”.  Com a volta dos show presenciais, a ideia de Motta é voltar tocar nos CTGs da região e, assim, também divulgar sua arte em couro. “O meu trabalho como músico também ajuda na divulgação do couro – e vice-versa. São duas atividades que eu pretendo dar sequência, pois são duas paixões minhas”, explica.

CARREIRA

A relação de Silvério Motta com a música começou, como ele diz, “desde piá”. Seu pai era peão de fazenda e cultivava o gosto pela música gaúcha. Crescendo neste contexto, Silvério sempre foi um apreciador da canção nativista. No entanto, o compositor só começou a mergulhar de cabeça neste mundo no final e 2014. “Em novembro de 2017, gravei a minha primeira música, já com o intuito de começar a mandar para festivais. Em 2018, consegui, pela primeira vez, passar para um festival em Santiago. E agora estou indo para o meu oitavo festival”, lembra.

Além dos festivais, o músico candelariense também já lançou músicas de forma independente. Suas composições já viraram clipes, como a canção “Bandeira Maragata”; outras, como “Eu sou bem xucro”, foram gravadas por Walter Moraes, ex-integrantes d’Os Serranos, e o Marcelo do Tchê, ex-integrante do Tchê Barbaridade. Nas participações em festivais, já obteve premiações nas categorias “Melhor Tema Campeiro” e “Música Mais Popular”, além de outros reconhecimentos.

Silvério diz que, para que tem um objetivo, foco e perseverança são elementos imprescindíveis. Ele lembra que, quando começou, suas primeiras composições foram rejeitadas por dois melodistas. “Eles disseram que eram ruins e que, daquele jeito, jamais seriam aprovadas em festivais. Contrariando a previsão deles, as duas canções foram aprovadas em festival e, posteriormente, gravadas”, conta. Para quem quiser conhecer e acompanhar o trabalho de Silverio Motta, pode encontrá-lo em seu canal do YouTube, que tem o nome do artista.