Suculentas se popularizam como hobby e fonte de renda

Beirando a RSC-287, na Vila Botucaraí, uma placa aponta a presença de uma estufa contendo as chamadas “plantas suculentas”; isto é, uma variedade que possui folhas, talos ou raízes engrossadas, permitindo uma maior retenção de água.  Chegando ao local, a reportagem foi gentilmente atendida por Cristiane Dutra da Silva, 40 anos. “Há aproximadamente oito anos, eu comecei a colecionar as suculentas. Com o tempo, a coleção foi ficando grande e, quando me dei por conta, já estava dando mudas para vizinhas e conhecidas. Então, há uns três anos atrás, resolvi passar a vender suculentas”, conta. 

Mesmo gostando de folhagens e flores, a admiração que Cristiane nutre pelas suculentas é especial. “Eu adoro que elas mudam constantemente. A depender da claridade, da umidade, da temperatura, tudo vai afetando elas”, revela. Ela comenta que já perdeu as contas de quantas espécies diferentes possui em seu viveiro, mas acredita que possua em torno de 200 espécies em sua propriedade. Algumas espécies são as chamadas plantas-matriz, de onde são derivadas as reproduções de novas suculentas.

Hoje, ver seu viveiro de pé é motivo de imensa alegria para a candelariense. “A estufa que tenho hoje foi construída com muito suor. Eu pedi dinheiro emprestado para comprar as madeiras; os telhados eu comprei em prestações. No primeiro ano, eu paguei a minha estufa e sobrou dinheiro para comprar plantas. Isso aqui para mim é uma conquista”, orgulha-se. Cristiane lembra que, no início, seu marido não gostava das suculentas, sobretudo pela despesa que elas representavam. “Hoje, meu marido passou a gostar das suculentas também”, completa, enquanto solta uma boa risada.

TERAPIA – Muito mais do que uma fonte de renda, as suculentas são para Cristiane, como ela mesmo diz, “um antidepressivo”. Desde jovem, ela tem enfrentado uma dura batalha contra a depressão. Como aliada nessa luta, encontrou a paixão pelas suculentas. “Eu sou mais feliz com as plantas. Elas chegam a me emocionar. Se você me perguntar qual delas é a minha favorita, a minha resposta está na ponta da língua: todas. Se por acaso entrar alguém aqui de noite e mudar uma pequena coisa, eu noto. Eu sei o lugarzinho de cada uma”, destaca.

Para além do trato direto com as plantinhas, a comunidade que circunda as suculentas também tem mudado a vida de Cristiane. “Nós fazemos muitas amizades no mundo das suculentas. Eu não saio de casa, Santa Cruz do Sul é o mais longe que já fui na minha vida. No entanto, hoje conheço gente de Passo do Sobrado, de Santa Maria, entre outros. São pessoas que vêm até aqui ou eu conheço pelas redes sociais”, explica.

SAIBA MAIS – Cristiane Dutra tem uma página no Facebook chamada Casa das Suculentas. Além disso, interessados podem entrar em contato com ela por WhatsApp pelo número: (51) 9 9273-1632.