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Geral 29/08/2020 08:48
Por: Luciano Mallmann

APAE: diante da pandemia, a necessidade de reinventar-se a cada dia

Como outras entidades, APAE também se vê forçada a enfrentar desafios, testando os limites da equipe responsável

  • Equipe da APAE trabalha obedecendo aos decretos municipais e da Federação das APAEs do RS
  • Atividades a distância objetivam manter o vínculo dos inscritos com a entidade, além de promover integração com familiares

Os dias entre 21 e 28 de agosto de 2020 marcaram em todo o país a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. É hábito, em Candelária, nesse período, acontecer uma exposição na Casa de Cultura com os trabalhos produzidos na oficina de artes da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Em 2020, porém, em razão da pandemia do novo coronavírus, todas as atividades inicialmente planejadas acabaram tomando outro rumo. Assim como outras entidades, a APAE foi tomada de surpresa pela necessidade de suspensão das atividades, em 17 de março. Mesmo assim, direção, professoras e funcionários continuaram comparecendo à sede, para evitar que a entidade fechasse suas portas. Porém, com a suspensão do acordo de parceria com a prefeitura de Candelária, em 01 de abril, também essas atividades também passaram a ser marcadas pela indefinição, quando todos os funcionários se viram forçados a ficar em casa. Por conta disso, os inscritos na APAE de Candelária ficaram desassistidos, ou, segundo as palavras da diretora Cleidi Limberger Marion, permaneceram desorientados. Isso porque, para muitos deles, é preciso levar em consideração o fato de que a APAE era o único ponto de contato com o mundo além da família, ou mesmo o único local que frequentavam, sendo uma referência não apenas para os inscritos, mas também para suas famílias.

De acordo com as palavras de Cleidi, uma das necessidades trazidas a muitas pessoas pela pandemia, a de se reinventar frente à nova realidade, acabou sendo uma realidade também para as profissionais da APAE. Segundo ela, a pandemia exigiu que a equipe realizasse um trabalho para o qual não foram formadas – a de prestar assistência e orientação, tanto às pessoas com deficiência como a suas famílias, sobre modos de proceder perante a Covid-19. Nesse período, Cleidi e a presidente da entidade, Alvanira Porto da Silveira, elaboraram um projeto de atividades envolvendo os inscritos e suas famílias, para serem realizadas em casa. Com o aval da prefeitura municipal, firmaram-se ainda parcerias com o SESC e o Sicredi. E assim, no dia 01 de julho, toda a equipe retornou ao trabalho, tendo diante de si um desafio: como prestar suporte às pessoas com deficiência e suas famílias a distância. Para fazer frente a essa realidade imprevista, foram realizadas muitas reuniões entre os envolvidos, que, para dar conta das necessidades trazidas pela pandemia, precisaram familiarizar-se com essa realidade. E assim foi feito.

Essa elaboração de atividades não presenciais para pessoas com deficiência foi um desafio à parte. Segundo Cleidi, cada caso foi pensado de forma individual, atendendo às necessidades específicas de cada inscrito. Pensadas com o propósito de manter o vínculo dos alunos e de suas famílias com a APAE, as atividades buscaram ainda criar um momento prazeroso em sua realização - e não uma obrigação -, sempre envolvendo a presença de algum familiar. Assim, a atividade de cada semana na entidade tem sido planejada pela equipe levando em consideração a continuidade e o andamento do processo como um todo. Tudo sempre obedecendo aos decretos municipais e à Federação das APAEs do RS. Ou seja, um processo repensado a cada dia, com o propósito de prosseguir até o final da quarentena, “sempre se reinventando, aceitando novos desafios. É assim que estamos conduzindo a APAE nos dias de hoje”, conclui.

Atualmente, integram a equipe, além da diretora Cleidi e da presidente Alvanira, as professoras Carla Graziela Porto Machado, Simone Jaqueline Ellwanger, a fonoaudióloga Kelen Andres e a auxiliar de serviços Silvana Maria Minks Frey.