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Geral 06/07/2018 15:10
Por: Luciano Mallmann

Candelarienses são premiadas em exposição de arte internacional

Premiações e menções honrosas colocam em evidência o alto nível da arte em Candelária

  • Suzana Maieron Zasso, de Sobradinho, prova que se pode fazer arte mesmo partindo das temáticas mais simples
  • Por Terezinha Voigt,
  • Obra de Liséte Gewehr coloca em pauta a temática social

Uma das melhores definições de arte até os dias de hoje nos foi legada pelo escritor tcheco Franz Kafka, para quem o trabalho artístico deve ser um machado a romper o mar de gelo muitas vezes existente em nós. Nesse sentido, seria algo como um despertar para um aspecto da vida que, até então, nos era desconhecido, possuindo, como nada mais no mundo, o dom de encantar ou de estarrecer. E encanto é o que não falta nas obras de 12 alunas do Atelier Li Arte, de Liséte Gewehr, que, entre 27 e 30 de junho, estiveram representando Candelária na 7ª Exposição Internacional de Pintura Artística, realizado no Grande Hotel de Canela, RS. A exposição fez uma homenagem ao pintor austríaco Gustav Klimt, e as obras inscritas deveriam apresentar algumas das características técnicas desse artista.
Receberam prêmios ou menções honrosas as alunas Suzana Maieron Zasso, cuja obra "Maçã" recebeu o troféu do júri técnico; Celoí Pinto Becker, com menção honrosa por "A libélula"; Terezinha Voigt, troféu do júri técnico por "O jardim de Klimt". Liséte Maria Gewehr, com a obra "Fome x Esperança" também recebeu menção honrosa do júri técnico e troféu de bronze pelo júri popular. Já no salão de Arte Decorativa, Nilza Thieves dos Santos recebeu menção honrosa com um vibrante retrato da artista mexicana "Frida Kahlo", (cuja execução, feita inteiramente com botões, contou com a ajuda de Lorena Gazzalle).
A respeito desse salão e das premiações, Liséte reconhece ter atingido um nível bastante elevado com suas alunas. Fruto de uma caminhada que, em alguns casos, chegam a três décadas de estudo, entende-se as razões que justificam o merecimento de tantas premiações, devidas também ao fato de, com rigor, exigência e pesquisa por parte das alunas, buscar o aprofundamento nas temáticas propostas por Liséte ou pela exposição: "Todas conseguiram captar a essência de Klimt. Seu estilo pode ser aplicado em qualquer tema, mesmo sendo uma simples maçã, como ficou comprovado", através da obra de Suzana Zasso (de Sobradinho).
Segundo a professora e artista plástica à frente do Atelier, essa qualidade se tornou possível pela diversidade de sua arte, dividida em pinturas sobre tela e porcelana, com temáticas contemporâneas e trabalhos feitos com base em pesquisas em história da arte. Segundo Liséte, essa diversidade a levou a ser seletiva e exigente, tanto consigo mesma como com suas alunas. Isso significa às vezes muito tempo de concepção de determinadas obras: "Para esta exposição, foram quatro meses de trabalho", exemplifica.
Interrogada a respeito de sua caminhada dentro das artes plásticas, a artista afirma não ser possível avaliar sua trajetória de maneira separada das alunas. Afirma que, como professora, apresenta as propostas e observa o resultado disso: "A maior recompensa é ver um aluno recebendo uma premiação em virtude de uma semente que eu ajudei a plantar", finaliza. Depois do que se viu em Canela, é possível prever que muitos frutos ainda estão por vir.