Por: Redação
Estado decreta emergência em saúde pública para enfrentar aumento de hospitalizações
Neste mês, a SES já anunciou um investimento de R$ 20,8 milhões na Operação Inverno Gaúcho com Saúde, Iniciativa que visa suprir o aumento das internações hospitalares pela Síndrome Respiratória Aguda
O governo do Estado
decretou emergência em saúde pública com foco na prevenção e enfrentamento da
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente em crianças. O decreto,
assinado pelo governador Eduardo Leite nesta segunda-feira (19/5), será publicado
no Diário Oficial do Estado na terça-feira (20/5). Neste mês, a Secretaria da
Saúde (SES) já anunciou um investimento de R$ 20,8 milhões na Operação Inverno
Gaúcho, a serem aplicados na Atenção Primárias e nas Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs).
A medida foi adotada diante do aumento
expressivo de casos e da demanda nos serviços de emergência, com filas de
espera, o que representa elevado risco à população. A secretária da Saúde,
Arita Bergmann, disse que a decisão busca fortalecer a rede hospitalar, com a
preparação e disponibilização de leitos de UTI e suporte ventilatório.
Com o decreto, as
redes hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem
priorizar medidas emergenciais para a oferta de leitos clínicos e de terapia
intensiva voltados ao atendimento de casos de síndrome respiratória. A validade
do decreto é de 120 dias, a contar da data de publicação.
De acordo com dados
do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), divulgados em painel, o Rio
Grande do Sul registrou neste ano, até esta segunda-feira (19/5), 4.099
hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Essas internações
foram causadas por infecções como influenza (gripe), covid-19, vírus sincicial
respiratório (VSR), entre outros. Do total de casos, 305 evoluíram para óbito.
Entre as crianças menores de cinco anos, foram registradas 1.374 internações e
dez mortes.
Riscos e aumento nas hospitalizações
O documento destaca
o risco de esgotamento da capacidade de resposta do sistema de saúde, especialmente
na infraestrutura voltada ao atendimento pediátrico, o que pode levar à
saturação do SUS. Esse cenário é agravado pela epidemia de dengue que também
atinge o Rio Grande do Sul.
O decreto justifica
a decisão em razão do significativo aumento nas internações por síndromes
respiratórias nas últimas semanas. Na Semana Epidemiológica 14 (de 31 de março
a 5 de abril), foram registradas 194 hospitalizações. Já na Semana 18 (de 28 de
abril a 3 de maio), o número dobrou, chegando a 392. Na Semana 19 (de 4 a 10 de
maio), os registros subiram ainda mais, totalizando 451 hospitalizações. Como
os casos são contabilizados pela data de início dos sintomas, os números da
Semana 20 (de 11 a 17 de maio) ainda estão sendo consolidados e aumentarão
conforme acontecem as notificações.
Entre os vírus
responsáveis pelas internações, a influenza (gripe) teve um crescimento
expressivo. Na Semana 14, foram registrados 9 casos, número que saltou para 116
na Semana 18 – um aumento superior a 1.100%. Em 2024, a gripe já causou 526
hospitalizações e 43 óbitos no Estado.
Outro importante
agente é o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por 495
hospitalizações neste ano, das quais 95% (471) ocorreram em crianças com menos
de cinco anos. A atual circulação simultânea de diversos vírus respiratórios,
somada à tendência natural de aumento dos casos durante o inverno, contribui
para o agravamento da situação das SRAG no Estado.
Operação Inverno Gaúcho com Saúde
O governo lançou, em
maio, a Operação Inverno Gaúcho com Saúde, destinando R$ 20,8 milhões para
reforçar a assistência à saúde nos municípios. Esses valores serão pagos entre
30 de maio e 30 de junho.
Serão R$ 13,65
milhões para a Atenção Primária, visando a ampliação de horários das Unidades
Básicas de Saúde (UBS), contratação de profissionais e aquisição de insumos,
inclusive para vacinação. Os valores variam conforme o tamanho da população,
com repasses de R$ 20 mil a R$ 100 mil em parcela única.
Além disso, R$ 7,15
milhões serão destinados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), conforme a
média de atendimentos registrada em 2024, com valores entre R$ 70 mil e R$ 150
mil por município.