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Geral 29/12/2022 17:58
Por: Arthur Lersch Mallmann

Coordenadora pedagógica da SME retorna de formação em Portugal

A professora Sheila Gass Schürer esteve dentre os 12 profissionais gaúchos que participaram do curso sobre alfabetização na cidade do Porto

 No dia 4 de novembro, a coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Candelária, Sheila Gass Schürer, e outros 99 professores da educação básica de todos os cantos do Brasil deram início à viagem para participar do Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores Alfabetizadores em Porto, Portugal, onde realizaram o curso Alfabetização Baseada na Ciência (ABC). A capacitação é fruto de acordo celebrado entre a CAPES, a Secretaria de Alfabetização do Ministério da Educação (Sealf/MEC) e duas instituições portuguesas: a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto.

No dia 18 de dezembro, Sheila retornou e contou à reportagem sobre a suas vivências na formação. Além das aulas teóricas, a equipe também conheceu algumas escolas portuguesas. Segundo a professora, nos educandários visitados utiliza-se uma cartilha empregada há décadas, cujo foco inicia no som das letras, e avança deste ponto mais simples para o mais complexo.  “A impressão que tive é que, de modo geral, estamos à frente destas escolas na prática da alfabetização. A abordagem que costumamos adotar é mais global: parte de um texto, de algo que faça sentido para a criança, e dali começamos a trabalhar as letras, as palavras e os sons”, avalia.

Contudo, mesmo com eventuais incompatibilidades teóricas, Sheila afirma que trará consigo na bagagem a organização e a sistematização dos conteúdos. “Todos nós na educação fazemos nosso planejamento. A diferença, no caso, é que cada atividade lá era inserida de forma específica e minuciosa no cronograma de trabalho. Queremos incentivar essa prática aqui, até porque organizar é algo muito importante e que não depende de perspectiva teórica”, pontua.

Em sua folga, o grupo de Sheila aproveitou para conhecer a Escola da Ponte, em Portugal, conhecida mundialmente por sua metodologia alternativa. A escola, pertencente ao sistema público de ensino português, adota uma abordagem focada no desenvolvimento da autonomia dos alunos. Do quinto ano em diante, os próprios alunos fazem o seu plano de trabalho quinzenal, que é auxiliado pelos orientadores (professores).

Além disso, os estudantes se organizam em comitês de trabalho na escola, nos quais o aluno mais velho sempre ajuda e ensina os mais jovens nas tarefas. “Fomos recebidos por um comitê de alunas que nos apresentou o local. Assim como este, há também o comitê da jardinagem, da organização de trabalhos no corredor, e assim por diante. É algo distante da nossa realidade do Brasil, mas talvez fosse possível desenvolver iniciativas semelhantes no contraturno. Seria perfeito”, pondera.