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Política 25/04/2023 17:30
Por: Charles Silva

Vereadora cobra providências para evitar acidentes na Rua Botucaraí

Calçadas obstruídas e alto número de veículos estacionados obrigam centenas de pedestres, ciclistas e motoristas a dividirem o mesmo espaço, expondo-os a um alto risco de acidentes

Nos últimos anos, principalmente após a instalação da empresa Calçados Beira Rio em Candelária, a Rua Botucaraís e tornou uma das vias mais importantes e movimentadas do município. Durante a pavimentação da rua, em 2020, estimou-se que a obra beneficiaria direta e indiretamente mais de 15 mil pessoas. Contudo, a alta circulação pelo local acabou expondo a população a um grande problema. Agora, centenas de pedestres, ciclistas e motoristas a partilham do mesmo espaço, causando medo e insegurança para quem trafega pelo local.

A Vereadora Cristina Rohde (PSDB), conta que acompanha o problema há anos e, inclusive, já pautou a questão nas sessões da câmara. Segundo ela, dezenas de pessoas já a procuraram para pedir uma solução para o problema. Em abril de 2021 a parlamentar chegou a apresentar uma Indicação ao prefeito Nestor Ellwanger para a implementação urgente de uma ciclofaixa na Rua Botucaraí, além da conversão do canteiro central da Rua 15 de Novembro em uma passarela da mesma natureza. Contudo, nada mudou nos últimos dois anos.

De acordo com a vereadora, faltou um estudo aprofundado do trânsito no local durante a execução da obra de asfaltamento. “Além das mais de 500 famílias que residem na comunidade, centenas de crianças frequentam a EMEI Zenite Heize e a EMEF Christiano Affonso Graeff, sem falar dos cerca de 1500 funcionários da Calçados Beira Rio. Era óbvio que a via não daria conta. Sem não fizermos algo para organizar o fluxo no local, será questão de tempo para um acidente grave acontecer no local”, alertou.

No documento de Indicação redigido por Rohde, ela justifica sua recomendação citando a Política Nacional de Mobilidade, que recomenda que o município deve priorizar os pedestres e ciclistas. Além da Lei Brasileira de Inclusão e Acessibilidade, que deve garantir o livre acesso de todos, principalmente nos passeios públicos. Questões que não foram contempladas no projeto da via.

Entre as pessoas que tem se mostrado preocupadas com a situação, está Lizie Mendes, a jovem mãe possui filhos matriculados na EMEI Zenith Heinze e relata que levar e buscar as crianças na escola tem sido um pesadelo. “O problema é no horário de saída de Beira Rio, que coincide com a saída das escolas e demais empresas da região. Nessa hora tudo vira um verdadeiro caos. Têm carro parando em fila dupla, ciclistas pela rua e calçadas, motos saindo em alta velocidade. Da maneira como está a situação, temo pelo pior sempre”, explicou.

A diretora da EMEI Zenith Heinze, Claudete Böck, reconhece a gravidade do problema para pais e alunos do educandário. Além disso, chama a atenção outra questão, que colabora para que ciclistas e pedestres precisem dividir seu espaço na via com os carros e motos. Ela aponta que diversos pontos da calçada da Rua Botucaraí contam com altos degraus ou são ocupados por entulhos e veículos. “As pessoas não transitam dentro da rua por irresponsabilidade, mas por não terem opção. Já presenciamos diversos acidentes na via. Tomar cuidado não é suficiente para fica livre do perigo, é muita gente transitando ao mesmo tempo”, lamentou.

 

O que disse o Departamento de Trânsito de Candelária

Segundo o Diretor do Departamento de Trânsito de Candelária, Nelson Farias, o problema na Rua Botucaraí vem sendo constantemente debatido pelo Poder Executivo. Na ocasião do asfaltamento, o Conselho Municipal de Trânsito se reuniu para discutir a implementação das ciclofaixas. Entretanto, não chegou a um consenso sobre a situação. Também já foi descartada a opção por tornar a via uma mão única, pela falta de vias alternativas que possam dar conta do fluxo de veículos que ali transitam.

Farias conta que o Departamento de Trânsito vem trabalhando com a ideia de instalar uma sequência de redutores de velocidade na via, principalmente entre a empresa Beira Rio e o Cemitério Municipal. “Os redutores de velocidade nos parecem a alternativa mais eficaz e que menos iria impactar negativamente para quem utiliza a via. Na instalação de uma ciclofaixa, por exemplo, teríamos que proibir o estacionamento em um lado da via, uma opção que traria uma mudança muito grande no local, que possui pouca rua laterais para dar opção de estacionamento a quem trabalha na região”, relatou.

O diretor de trânsito também afirmou estar ciente da questão das calçadas interrompidas e explicou que este problema está sendo conduzido pelo Poder executivo. “Asseguro que, nos próximos, irá haver mudanças no local. O problema não nos passa despercebido. Contudo, é preciso agir com cautela nesta situação, pois tomar uma atitude impensada pode acabar piorando a situação”, finalizou.