Por: Arthur Lersch Mallmann
Enfardamento do tabaco avança no município
Na Linha do Rio, a família de Roni de Freitas trabalha junto no processo de seleção do produto que, pelo segundo ano consecutivo, está menos rigoroso
Findada a colheita, é chegada a hora de selecionar e enfardar as folhas secas do tabaco. Na Linha do Rio, a família de Roni de Freitas, 55 anos, trabalha de forma unida nesta tarefa. Sua filha, Kátia de Freitas, 29 anos, e seu genro, Carlos Eduardo Rehbein, 37, contam que, assim como no ano passado, as empresas fumageiras não estão exigindo uma classificação rigorosa em numerosas classes. “A orientação que recebemos é de remover apenas as folhas verdes e escuras. Para nós, isso facilita bastante”, comenta Carlos.
A partir desta diretriz, desde o dia 15 de janeiro a família vem fazendo a separação das folhas e o enfardamento que é realizado com o auxílio de prensas e dos próprios pés. O resultado são fardos de tabaco que, após a compressão, pesam em torno de 60kg. A comercialização do tabaco, por sua vez, está mais lenta em comparação com o ano anterior.
De acordo com o Coordenador de Mutualidade da Afubra, Carlos Loewe, na negociação do preço do tabaco, ocorrida no fim de janeiro na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul, apenas a JTI assinou o protocolo com as entidades representativas dos fumicultores. Com as outras 7 empresas que participaram das rodadas de negociação, não houve acordo.
Para a próxima safra, já há uma redução significativa no preço dos insumos. A família de Roni compartilhou com a reportagem que o preço do saco de fertilizante adquirido foi cerca de R$ 100 mais barato. Loewe, da Afubra, confirma esta tendência. “A informação que temos é que os insumos para o tabaco estão até 60% mais baratos do que no ano anterior”, pontua.
Nova lei
Após sete anos de tramitação na Assembleia Legislativa do Estado, a lei que muda o local da classificação do tabaco já foi aprovada e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no fim de janeiro. A classificação do produto, hoje feita nas instalações das indústrias beneficiadoras, será transferida para as propriedades dos agricultores. Dados da Afubra apontam que a mudança impacta 64.761 famílias produtoras de fumo no Rio Grande do Sul. Contudo, apesar da aprovação da lei, as empresas pediram um tempo de adaptação para se adequarem à nova realidade. Não há um prazo para que a mudança seja efetivada.