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Rural 05/07/2019 16:13
Por: Tiago Mairo Garcia

Programa de Controle ao Carrapato Bovino é debatido no Sindicato Rural

Médicos-veterinários passaram orientações para os produtores sobre controle do carrapato bovino

  • Médicos Veterinários Ivo Junior e Rovaina Doyle falaram sobre o controle de carrapatos para agropecuaristas na sede do Sindicato Rural de Candelári
  • Produtores presentes ao encontro para ouvir orientações - Fotos: Tiago Mairo Garcia - Folha

Em encontro realizado na tarde da última terça, 2, na sede do Sindicato Rural de Candelária, os médicos veterinários Ivo Kohek Junior e Rovaina Doyle, que integram a equipe da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, ministraram palestra a um grupo de agropecuaristas em que apresentaram o Programa de Controle do Carrapato Bovino. Os profissionais passaram orientações para que os produtores realizem o controle do carrapato bovino corretamente e evitem prejuízos.
Ivo Kohek Junior destacou que no Rio Grande do Sul o ciclo anual do carrapato apresenta três gerações. No inverno, a infestação nos bovinos é baixa. Na primavera, os carrapatos sobreviventes no inverno começam a infestar os bovinos, sendo a primeira geração. No verão, os carrapatos são filhos dos carrapatos da primavera, sendo a segunda geração, e no outono é observada a maior quantidade de carrapatos nos animais, quando aparecem mais casos da Tristeza Parasitária Bovina, que é a principal causa de mortes de bovinos. "O carrapato no bovino causa perda na produção de carne e leite e está associado à transmissão da Tristeza Parasitária Bovina. Hoje temos uma média de 100 mil bovinos mortos por ano devido ao parasita, sendo muito mais grave do que a febre aftosa", destacou o médico veterinário em sua fala aos produtores presentes.
Em entrevista concedida à Folha, a médica veterinária Rovaina Doyle salientou que o Estado está preconizando a realização do teste chamado biocarrapaticidograma nos animais, verificando-se a população de carrapatos de cada propriedade e quais parasitas são resistentes aos carrapaticidas utilizados no controle da doença. "Através dos testes, a nossa meta é planejar os tratamentos para reduzir a infestação nos campos com o menor número possível de tratamentos", disse ela. 
Para fazer o teste, os produtores devem armazenar entre 150 e 200 carrapatos adultos (formato grão de feijão), coletados de pelo menos 10 bovinos diferentes antes do tratamento, colocá-los em uma garrafa vazia de água mineral com pequenas perfurações que permitem a entrada de ar e seja acomodado em uma caixa de papelão e remetido ao laboratório do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), localizado na Estrada do Conde, número 6000, Bairro Sans Souci, em Eldorado do Sul, no prazo de até 48 horas após a coleta. O resultado do teste é específico de cada propriedade e não pode ser extrapolado para propriedades vizinhas.