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Geral 27/06/2025 11:08
Por: Isabel Bohrer Porto

Candelária missioneira, município poderá entrar na rota de investimentos do estado

Município poderá entrar na rota de investimentos do estado

No ano de 2026, serão celebrados os 400 anos das Missões Jesuíticas. E, neste marco, Candelária poderá, através do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, se inserir de vez na rota histórica, turística e arqueológica das Missões Jesuíticas. Isso porque o estado está com editais abertos para a seleção de projetos neste contexto, incluindo projetos de engenharia, arquitetura e cultura. 

Na manhã de quinta, 26, diversas autoridades acompanharam a visita do coordenador do Grande Projeto Missões, Álvaro Theisen, que esteve na instalação provisória do Museu, no Parque de Eventos Itamar Vezentini. Na oportunidade, o curador Carlos Rodrigues apresentou o contexto dos achados envolvendo a Redução Jesus Maria, incluindo artefatos de batalhas e um sino missioneira. Tratou, também, dos estudos de mapas, que demonstram a presença missioneira na região de Candelária.

Conforme Theisen, a história das Missões é muito mais ampla do que os sete povos, mas a historiografia portuguesa, ou seja, de quem dominou o território na disputa, minimiza essa presença. “As missões estavam espalhadas pelo Rio Grande do Sul, com exceção do litoral. o que nós estamos fazendo no Grande Projeto Missões é justamente isso: tentar resgatar esse sentimento de pertencimento à essa história, como pode ocorrer aqui em Candelária”, pontua.  

À tarde, o município recebeu a importante visita do secretário estadual de Cultura, Eduardo Loureiro, que conheceu a atual instalação do Museu e também tratou do programa dos 400 anos das Missões.  Loureiro teria demonstrado interesse em viabilizar recursos, mediante a apresentação de um projeto executivo no prazo de até 20 dias. “É perfeitamente viável, mas já estamos na fase de seleção dos projetos. Para que o convênio seja assinado, é essencial a apresentação de um projeto executivo com urgência”, salientou. O investimento estimado é de R$ 2 milhões.

POTENCIAL – A iniciativa reforça, mais uma vez, o potencial museológico de Candelária. Por meio do Museu Aristides Carlos Rodrigues, o município é reconhecido como referência paleontológica no âmbito do Geoparque do Vale do Rio Pardo. A região desperta o interesse da comunidade científica não apenas pela antiguidade dos fósseis de dinossauros, mas também pelos estudos que investigam a origem evolutiva dos mamíferos. Além disso, a presença de vestígios das missões e da ocupação indígena confere relevância arqueológica ao território. Com esse conjunto de atributos, Candelária tem condições de consolidar um museu que seja referência não apenas no estado, mas em todo o país.