Por: Isabel Bohrer Porto
Candelária missioneira, município poderá entrar na rota de investimentos do estado
Município poderá entrar na rota de investimentos do estado
No
ano de 2026, serão celebrados os 400 anos das Missões Jesuíticas. E, neste
marco, Candelária poderá, através do Museu Municipal Aristides Carlos
Rodrigues, se inserir de vez na rota histórica, turística e arqueológica das
Missões Jesuíticas. Isso porque o estado está com editais abertos para a
seleção de projetos neste contexto, incluindo projetos de engenharia,
arquitetura e cultura.
Na
manhã de quinta, 26, diversas autoridades acompanharam a visita do coordenador
do Grande Projeto Missões, Álvaro Theisen, que esteve na instalação provisória
do Museu, no Parque de Eventos Itamar Vezentini. Na oportunidade, o curador
Carlos Rodrigues apresentou o contexto dos achados envolvendo a Redução Jesus
Maria, incluindo artefatos de batalhas e um sino missioneira. Tratou, também,
dos estudos de mapas, que demonstram a presença missioneira na região de
Candelária.
Conforme
Theisen, a história das Missões é muito mais ampla do que os sete povos, mas a
historiografia portuguesa, ou seja, de quem dominou o território na disputa,
minimiza essa presença. “As missões estavam espalhadas pelo Rio Grande do Sul,
com exceção do litoral. o que nós estamos fazendo no Grande Projeto
Missões é justamente isso: tentar resgatar esse sentimento de
pertencimento à essa história, como pode ocorrer aqui em Candelária”,
pontua.
À
tarde, o município recebeu a importante visita do secretário estadual de
Cultura, Eduardo Loureiro, que conheceu a atual instalação do Museu e também
tratou do programa dos 400 anos das Missões.
Loureiro teria demonstrado interesse em viabilizar recursos, mediante a apresentação de um projeto
executivo no prazo de até 20 dias. “É perfeitamente viável, mas já estamos na
fase de seleção dos projetos. Para que o convênio seja assinado, é essencial a
apresentação de um projeto executivo com urgência”, salientou. O investimento
estimado é de R$ 2 milhões.
POTENCIAL – A
iniciativa reforça, mais uma vez, o potencial museológico de Candelária. Por
meio do Museu Aristides Carlos Rodrigues, o município é reconhecido como
referência paleontológica no âmbito do Geoparque do Vale do Rio Pardo. A região
desperta o interesse da comunidade científica não apenas pela antiguidade dos
fósseis de dinossauros, mas também pelos estudos que investigam a origem
evolutiva dos mamíferos. Além disso, a presença de vestígios das missões e da
ocupação indígena confere relevância arqueológica ao território. Com esse
conjunto de atributos, Candelária tem condições de consolidar um museu que seja
referência não apenas no estado, mas em todo o país.