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Geral 18/04/2019 11:21
Por: Luciano Mallmann

Romaria ao cerro e encenação da Paixão e Morte de Cristo marcam a Sexta-feira Santa

Eventos que já se tornaram tradicionais se repetem neste dia 18, quando a fé e a devoção entram em cena

Desde semanas a equipe da secretaria municipal de Turismo, Cultura e Esportes vem se dedicando a preparar a infraestrutura para um dos eventos mais tradicionais de Candelária: a romaria da Sexta-feira Santa ao cerro Botucaraí, no dia 19 de abril. Mais do que um simples ritual que se repete há décadas, o evento no morro, enriquecido pela celebração religiosa, a cargo da paróquia Nossa Senhora da Candelária, e pela encenação da Paixão e Morte de Cristo, organizada por artistas do grupo teatral da ACCEV - Associação Cultural de Candelária Erico Veríssimo - constitui uma profunda experiência espiritual. Para a data, estão sendo aguardadas entre 3 e 5 mil pessoas, número de presenças contabilizado em anos anteriores.
Conforme Flávio Kochenborger, da secretaria de Turismo e Cultura, a prefeitura de Candelária começou por recuperar as estradas entre a cidade e o cerro, tanto na Vila Botucaraí como na Linha Boa Vista. Para o evento na Sexta-feira Santa, estão sendo preparados dois estacionamentos, um só para motos e dois para carros. Flávio acrescenta que foi preparada também a infraestrutura para que o comércio no local possa funcionar a contento, como em outros anos. A programação terá início com a celebração, prevista para as 10h, com bênção dos chás, seguida da encenação, organizada por diferentes núcleos da ACCEV. Na cidade, a encenação acontece na Sexta-feira Santa, a partir das 20h, em palco montado na rua coberta. À noite, a Paixão de Morte de Cristo ocorre mesmo em caso de chuva.
Encenação da Paixão e Morte de Cristo: momento para viver a espiritualidade
Um dos momentos mais esperados da Sexta-feira Santa é a encenação da Paixão e Morte de Cristo, apresentado pelo núcleo de teatro da ACCEV, o grupo Cara & Coragem, que envolverá em torno de 40 artistas na dramatização. Segundo a coordenadora Lilian Schünke, o principal desafio da equipe responsável por encenar todos os anos as últimas horas de vida de Cristo e sua ressurreição é, a cada ano, encontrar uma maneira nova de contar a história, um viés inesperado, para não se tornar repetitivo. Ela reconhece que existem fatos bíblicos que precisam ser mostrados todos os anos, mas a forma de fazer isso pode variar, até para não cansar o público. E criatividade é o que não falta para quem escreve o roteiro. Prova disto é que neste ano a história será contada sob o ponto de vista de Lázaro de Betânia, ressuscitado por Jesus em um de seus últimos milagres.
O objetivo imediato da encenação, segundo Lilian, é despertar o lado espiritual da plateia, levando-a a uma reflexão, a uma sensibilização quanto ao que existe de passageiro na matéria: "Buscamos despertar a sensibilidade para esse avesso da materialidade, priorizando os princípios pautados nos sentimentos". Com o roteiro pronto desde fevereiro, o núcleo de teatro não tardou a iniciar os ensaios. O espetáculo deste ano contará com figurinos novos, adquiridos com parte dos recursos obtidos recentemente por um projeto elaborado por Patrícia Loureiro Steffanello, presidente da ACCEV. Vale lembrar que a maior parte dessa realização é o resultado da soma do trabalho voluntário de cada um dos integrantes do grupo, através de muito tempo de dedicação. "O nosso único e mais precioso retorno é o reconhecimento e o aplauso do público", finaliza Lilian. 
Como a peça terá a narração de Lázaro de Betânia e outro no palco, haverá dois atores para esse papel: Elias Vandi Gonçalves no palco e a voz de Renan de Oliveira. No cerro, a encenação está marcada para iniciar logo após a celebração, às 10h. À noite, o início será às 20h.