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Polícia 16/11/2019 13:25
Por: Redação

Protesto e pedido por justiça seguem o sepultamento do jovem Carlos Kolbe

  • Crédito: Bruno Pedry - Gazeta do Sul
  • Crédito: Bruno Pedry - Gazeta do Sul
  • O frentista Carlos José Kolbe

Dor, indignação e revolta marcaram o sepultamento do jovem Carlos José Kolbe, de 27 anos, morto no início da madrugada de sexta após ter-se iniciado um confronto entre ele e a Brigada Militar. Acompanhado do primo Dionatan dos Santos Oliveira, Kolbe estava na companhia de outros jovens na Av. Pereira Rego na noite anterior ao feriado quando teria sido abordado por três policiais militares, iniciando-se a série de acontecimentos que levaram à morte do rapaz.

As versões da BM e dos familiares de Kolbe divergem. De acordo com o primo, Kolbe de fato teria urinado na via pública, pois não queria pagar para usar o banheiro do posto de combustíveis. Já segundo a versão dos policiais, Kolbe teria feito tentativas de pegar a arma de um deles, razão pela qual teriam atirado pelas costas – segundo relatos, a uma distância de cinco metros. Ainda segundo o primo, ao ser atingido, Kolbe teria caído no chão e os policiais ainda o teriam algemado. Não se sabe se o jovem foi conduzido de imediato a atendimento médico. O fato é que, pouco depois, a família recebeu a notificação de que Carlos havia falecido.

Divergências cercam as versões dos fatos

Carlos José Kolbe, que não tinha ficha criminal, trabalhava como frentista no Posto Lago Azul. Pelo fato de o pai estar desempregado e a mãe com problemas de saúde, era ele quem sustentava a casa, com a ajuda de um irmão de 29 anos. Segundo o primo, as últimas palavras de Carlos depois de ser atingido pelo tiro, momento em que ainda foi algemado e colocado numa viatura, foram: “Deus, me ajude”.

Segundo informações da Gazeta do Sul, Ivani Kolbe, mãe de Carlos, foi enfática: “Mataram meu filho porque ele estava indo urinar. Não poderiam orientar ele? Pedir para ir embora? Por que tiraram a vida dele?”.

A morte do jovem gerou intensos protestos de amigos e familiares da vítima na manhã de sexta. Os manifestantes se dirigiram primeiramente à praça Alberto Blanchard da Silveira e depois à sede da Brigada Militar, todos pedindo por justiça.

Os fatos que cercaram a morte de Kolbe serão apurados pela Polícia Civil. A partir de segunda-feira, as primeiras testemunhas serão ouvidas. Sabe-se que havia muitas pessoas no local do crime. A respeito do policial que efetuou o disparo, consta que ele não tinha conduta violenta nem antecedentes de abuso de poder. Para o delegado Paulo Cesar Schirrmann, através do laudo preliminar da necropsia, será possível verificar o trajeto percorrido pela bala antes de atingir Kolbe e também elucidar outras dúvidas.