Logo Folha de Candelária
Polícia 08/07/2023 09:43
Por: Odete Jochims

Vereador Rogério Negão é acusado de importunação sexual

Fato que teria ocorrido na final do Municipal de Futsal foi repercutido na sessão de segunda, 3, da Câmara, que veiculou nota de esclarecimento

Em meio às emoções da final do Municipal de Futsal no ginásio Walter Filter superlotado na noite de sexta, 30, um episódio fora da quadra chamou a atenção do público e virou caso de polícia, além de repercutir na imprensa local e regional e, especialmente, em postagens nas redes sociais. O fato envolve o vereador Rogério da Silva (PSB), conhecido popularmente como Rogério Negão, acusado de suposta prática de importunação sexual contra duas adolescentes. Uma guarnição da Brigada Militar foi acionada para atender a ocorrêcia. Segundo informado pela assessoria de imprensa da BM, acompanhadas pelos pais, as duas adolescentes apresentaram suas versões aos policiais. Uma delas afirmou que o vereador teria passado a mão nas suas nádegas. De acordo com a nota, o suspeito foi identificado, mas negou as acusações. Diante da situação, os policiais militares deram voz de prisão para o vereador e conduziram as partes envolvidas até a DPPA de Santa Cruz do Sul para registro da ocorrênica. Conforme registrado, não houve necessidade de algemar o suspeito, diante da ausência de resistência. Após o registro para posterior instauração de inquérito policial e apuração dos fatos, o vereador foi liberado. Ao contrário do que chegou a ser especulado, não houve a necessidade de pagamento de fiança. Por sua ampla repercussão, o caso também foi debatido na sessão de segunda, 3, da Câmara Municipal. O vereador Rogério não compareceu. As manifestações na tribuna começaram pela vereadora Cristina Rohde (PSDB), que preside a Comissão Parlamentar em Defesa das Mulheres. Além de se solidarizar com as vítimas, ela demonstrou confiança de que a mesa diretora irá acompanhar os passos da investigação, manifestando ainda sua convicção de que que o Legislativo irá tomar uma atitude sobre o ocorrido. Por sua vez, Alexandra Bini (P) lembrou sua condição de mãe de menina, salientando que casos de assédio e importunação sexual não podem mais ser admitidos. “O respeito é um valor inegociável”, enfatizou, reivindicando o direito das mulheres de se sentirem seguras e respeitadas. Já a vereadora Ginevra Haubert da Silveira (PSB) declarou que estava presente no ginásio e não é seu papel antecipar um juízo a respeito dos fatos. Observou que como vereadora não é mais que qualquer pessoa, mas por ser pessoa pública deve servir de espelho para a sociedade. A vereadora lamentou o episódio que ainda será investigado, lembrando também sua condição de mulher e mãe de duas filhas. Por fim, o presidente da Câmara, Alan Wagner, manifestou, inicialmente, sua contrariedade em relação à matéria veiculada na imprensa regional, na qual não foi citado o nome do vereador envolvido. no episódio. Ele também valorizou o fato da Câmara já contar com uma frente parlamentar em defesa das mulheres. Wagner referiu que os fatos ainda serão apurados pela polícia e a justiça e que, no âmbito da Câmara, um vereador ou qualquer pessoa da comunidade pode solicitar a abertura de um processo.

Rogério nega as denúcias e alega um mal-entendido

Ouvido a respeito do episódio na tarde de quinta, 6, o vereador Rogério negou com veemência as denúncias sofridas, afirmando estar com sua consciência limpa. Ele afirma que como o ginásio estava muito lotado, acredita ter ocorrido um mal-entendido. Informou ter recebido muitas mensagens de apoio. “Quem me conhece sabe que jamais faria uma coisa dessas, até porque tenho uma filha”, enfatizou. O vereador Rogério Negão protocolou ontem um pedido de licença saúde por 15 dias. A reportagem da Folha também ouviu, a respeito dos acontecimentos, um representante da sigla a que pertence o vereador. O presidente do PSB de Candelária e ex-prefeito Paulo Butzge, disse, inicialmente, que o partido tomou conhecimento dos fatos através da imprensa e das redes sociais, não tendo recebido, ainda, nenuma informação de caráter oficial. Salientou que o partido possui diretório e executiva a nível municipal constituídos e Rogério nega as denúcias e alega um mal-entendido no episódio. Ele também valorizou o fato da Câmara já contar com uma frente parlamentar em defesa das mulheres. Wagner referiu que os fatos ainda serão apurados pela polícia e a justiça e que, no âmbito da Câmara, um vereador ou qualquer pessoa da comunidade pode solicitar a abertura de um processo. que o assunto está sendo tratado junto ao conselho de ética com muita atenção, considerando a gravidade das denúncias que, na sua opinião, merecem ser devidamente esclarecidas. Neste sentido, manifestou confiança na apuração dos fatos na esfera policial e, se for o caso, na judicial. Paulo Butzge afirmou ainda que se os fatos forem efetivamente confirmados, as penalidades cabíveis devem ser aplicadas. Por outro lado, ressaltou ser um assunto bastante delicado, que exige um cuidado grande para que injustiças não sejam cometidas.