EMEF São Paulo comemora 100 anos de educação e história em Candelária

No próximo sábado, 11, a EMEF São Paulo, localizada na Linha do Rio, estará em festa. A instituição celebrará um marco histórico: 100 anos de dedicação à educação e ao desenvolvimento da comunidade local. A comemoração será marcada por um almoço festivo que terá início às 10 horas, nas dependências da própria escola.

Toda a comunidade da Linha do Rio e localidades próximas, incluindo alunos, funcionários, professores e ex-membros que contribuíram para a trajetória da escola estão cordialmente convidados para participar dessa celebração, que também contará com a presença de autoridades municipais, que reconhecem a importância da EMEF São Paulo para o progresso educacional de Candelária.

Durante o evento, os presentes poderão apreciar uma mostra pedagógica e uma emocionante exposição, que relembrará os momentos mais marcantes da história da instituição. A escritora e historiadora candelariense, Marli Hintz, também enriquecerá o evento com sua presença e um presente especial: um painel com mais de 5 metros de comprimento, que conta e resgata as raízes profundas que unem a escola e a comunidade ao longo de todos esses anos.

A diretora da escola, Rosane Beise, cuja ligação com a instituição abrange mais de duas décadas, ressalta a necessidade de preservar e compartilhar essa rica história. "A escola São Paulo não é apenas um local de ensino, mas parte integrante da história da Linha do Rio e de Candelária como um todo. Poucas entidades alcançam um século de funcionamento ininterrupto. É motivo de grande orgulho fazer parte dessa trajetória, que merece ser contada e relembrada", afirma.

Breve Histórico da Escola

A escola foi fundada em 1923, pelos moradores da Linha do Rio, vinculados à Comunidade Evangélica Alemã em uma propriedade onde funcionava uma antiga casa comercial. O prédio tinha várias repartições que continha primeiramente uma sala de aula e a moradia do professor. Nesta época, funcionava somente o primário na escola, formado por estudantes da 1ª à 5ª séries, que também aprendiam o alemão e tinham aulas de canto. Seu primeiro diretor foi o senhor Jorge Anger, morador do Quilombo.

Os registros históricos não são precisos e não se sabe por quanto tempo a escola, na época particular, manteve-se nas mãos de seus primeiros mantenedores. Mas especula-se que tenha sofrido devido à falta de dinheiro e pelas pressões geradas pela 2ª Guerra mundial (1939-1945), quando a língua e cultura alemã passou a ser vista com maus olhos em quase todo o mundo. Por isso, passou a ser gerida pelo governo do Estado.

Uma das figuras mais importantes da história da escola, o professor Leopoldo Wille, iniciou sua trajetória no educandário em 1950, após receber um convite da Igreja Evangélica Luterana do Brasil – IELB, vinculado à Comunidade Independente de Candelária, para lecionar na escola particular. De acordo com relatos do próprio Wille, foi uma surpresa que, ao chegar em Candelária em fevereiro de 1951, o colégio particular nem sequer existisse. Pois, naquele momento, estava nas mãos do Estado.

De acordo com Wille, a ideia da Comunidade Independente de Candelária era exigir que o governo devolvesse o prédio para que a escola voltasse a ser do grupo particular, contudo, não obteve sucesso. No entanto, junto ao prefeito Coronel Albino Lenz, a escola conseguiu registro para funcionar como educandário municipal, e o professor pôde iniciar seu trabalho em 1º de março de 1951. Até então sem nome, Wille também foi honrado pela chance de dar nome ao espaço, que passou a ser chamado de Escola São Paulo.

Décadas depois, em 4 de abril de 1977 foi autorizado o funcionamento da 7ª e 8ª séries, sendo assim, o educandário recebeu a denominação de Escola Municipal de 1 Grau São Paulo. Com o tempo, a escola continuou se expandindo, recebeu seu ginásio, novas salas e benfeitorias, em 1999, a escola recebe uma nova designação pelo prefeito de Candelária, tornando-se a Escola Municipal de Ensino Fundamental São Paulo, status que mantem até hoje.