Por: Mariana Bataioli
Câmara aprova cargo de CC sem exigência de escolaridade e gera controvérsia
LEGISLATIVO |Projeto de lei aprovado por maioria na Câmara cria nova função com exigência mínima de ensino fundamental incompleto
Na sessão realizada na manhã desta segunda, 22, a Câmara
Municipal aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 020/2025, de autoria do
Executivo. A proposta altera a estrutura interna do Gabinete do Prefeito,
modifica o quadro de gratificações por cargo de comando, extingue uma função e
cria outra com exigência de escolaridade inferior.
Entre as mudanças, está a extinção do cargo de Oficial da
Governança Administrativa, que exigia maior nível de escolaridade, e a criação
do cargo de Assessor da Governança Administrativa. A nova função prevê salário
de R$ 8.523,20 e exige apenas ensino fundamental incompleto.
O texto recebeu três votos contrários: Marlon Wohlenberg (PSB), Vanderlei dos Santos (PSB) e Cezar Pohlmann (P). O vereador Marlon Wohlenberg foi o primeiro a manifestar sua insatisfação. “Me causa estranheza, mas acima de tudo preocupação, pois o Executivo encaminha para esta casa um projeto criando um CC de aproximadamente nove mil reais, e o pior de tudo sem qualificação nenhuma. Eu acho isso um desrespeito com o dinheiro público. É uma afronta ao cidadão que trabalha duro e que paga seus impostos”, declarou.
Em defesa da proposta, o vereador Ismael Soares argumentou
que não se trata da criação de um novo cargo, mas da regulamentação de uma
função já existente. “Este cargo já existe. Ele foi votado naquele projeto que
extinguia cinco CC’s e criava vinte, que o vereador Marlon votou a favor no
começo deste ano. Esse projeto só regulamenta esse cargo e altera algumas
funções. Tanto que não há aumento de gastos, por isso não há estudo de
impacto”, disse.
O vereador Vanderlei dos Santos também manifestou insatisfação:
“Como eu vou votar a favor, se as nossas estradas estão péssimas? Como querem
colocar mais um CC de nove mil reais e ainda querem economizar?”, questionou.
Já a vereadora Ginevra da Silveira destacou que a proposta
não gera novos custos. “Eu conversei com o prefeito a respeito do projeto e,
como o colega Ismael falou, é um cargo que já existe, é um recurso já reservado
nos cofres da prefeitura, não tendo impacto. Então, por se tratar de
regulamentação, votamos favoráveis, mas entendemos a manifestação dos colegas.
Apenas para deixar registrado, o nosso voto é um voto que regulamenta o projeto
e não cria cargo”, afirmou.