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Geral 30/06/2017 12:05
Por: Tiago Mairo Garcia

Colégio Ulbra Concórdia pode fechar em 2018

Aelbra informou direção da escola que não seguirá como mantenedora do educandário candelariense no próximo ano. Problemas financeiros motivaram decisão

  • Colégio Ulbra Concórdia busca nova mantenedora para 2018
  • Leonir Mittmann e Nursis Vargas comunicaram oficialmente direção, pais e professores do Colégio Concórdia sobre saída da mantenedora
  • Diretor Flávio Kochenborger

Uma das escolas mais tradicionais de Candelária pode estar de portas fechadas no próximo ano.  Na última quarta, 14, a Aelbra (Associação Educacional Luterana do Brasil), mantenedora da rede Ulbra, informou a direção do Colégio Ulbra Concórdia que seguirá como mantenedora da instituição candelariense somente até o final do ano letivo de 2017. A notícia gerou grande impacto e um clima de apreensão entre direção, professores, funcionários, pais e alunos sobre o futuro da escola a partir de 2018. 
Em entrevista concedida a Folha na manhã da última quarta, 21, o diretor da escola, Flávio Kochenborger, frisou que a decisão da mantenedora foi motivada por problemas financeiros da escola candelariense durante o período que o educandário está sob a tutela da Ulbra. "Por 22 anos a nossa despesa sempre foi maior que a receita. Por essa razão, a mantenedora decidiu que não vai mais seguir mantendo a nossa escola a partir do próximo ano", disse o diretor. 
Uma reunião entre representantes da Aelbra e da rede de escolas da Ulbra com professores, funcionários e pais de alunos foi realizada na noite da última quarta, 21, na Igreja Luterana, onde o vice-presidente da mantenedora, Leonir Mittmann e a diretora da rede de escolas da Ulbra, Nursis dos Santos Vargas, comunicaram de forma oficial e prestaram esclarecimentos sobre a decisão da mantenedora em deixar a escola candelariense ao final do ano. Os dois representantes garantiram que a Aelbra ira auxiliar na busca por uma nova mantenedora ou na criação de uma cooperativa para que professores e funcionários administrem a escola. Pegos de surpresa com a decisão, alguns pais realizaram questionamentos e pediram uma solução para o problema.“Estamos nos retirando, mas não queremos que a escola feche as portas. Vamos trabalhar juntos com a direção da escola e comunidade para encontrar uma solução”, frisou Mittmann. Os representantes confirmaram que a atual mantenedora continuará prestando os serviços e honrando os compromissos com a escola até o final do ano letivo de 2017.      
NEGOCIAÇÕES - A partir da decisão da mantenedora atual, Flávio Kochenborger disse que estão abertas as negociações diretas com a Aelbra para que outros interessados possam assumir como mantenedor da escola. A decisão também foi comunicada para a 6ª Coordenadoria Regional de Educação e para a Prefeitura Municipal. "É um assunto recente, comunicado há uma semana e a mantenedora está aguardando se há o interesse de professores e funcionários em criar uma cooperativa. Se não houver o interesse, a mantenedora irá ofertar a escola e procurar outras mantenedoras, dentro dos prazos legais.", disse ele.
O diretor informou que se não houver interessados em assumir a mantença, a escola poderá fechar as portas no próximo ano. "Estamos atravessando um momento muito difícil. Se acontecer, acredito que essa decisão vai impactar e muito no município. Se retira daqui uma universidade como a Ulbra, que presta serviços em todo o Brasil e a gente fica sem perspectivas para 253 alunos que terão que ser absorvidos nas redes privada ou pública. A preocupação da não continuidade da escola deve ser  todos os setores da sociedade candelariense e não só da escola e da mantenedora. É um momento critico e um dos momentos mais difíceis da história da escola e que nos deixa apreensivos.", frisou ele.
 

Alunos bolsistas e pagantes
Atualmente o Colégio Ulbra Concórdia possui 253 alunos e um corpo docente formado por 39 pessoas entre professores, funcionários e colaboradores.  Entre os estudantes, a escola possui alunos pagantes e alunos contemplados com bolsas sociais de forma integral e com 50%. "As bolsas sociais estão inseridas na contabilidade, pois são custeadas pelo Governo Federal. Se não tivesse os alunos bolsistas, o prejuízo seria ainda maior", disse o diretor. Kochenborger destacou a falta de um maior número de alunos pagantes para a escola ser auto sustentável. "A mantenedora sempre apostou que a escola cresceria, mas não foi isso que aconteceu nestes 22 anos. Para a escola funcionar tem um custo e este custo tem que sair da receita e se a receita é insuficiente, não conseguimos cobrir as despesas. É o que acontece", finalizou.