Por: Tiago Mairo Garcia
Colégio Ulbra Concórdia pode fechar em 2018
Aelbra informou direção da escola que não seguirá como mantenedora do educandário candelariense no próximo ano. Problemas financeiros motivaram decisão
Uma das escolas mais tradicionais de Candelária pode estar de portas fechadas no próximo ano. Na última quarta, 14, a Aelbra (Associação Educacional Luterana do Brasil), mantenedora da rede Ulbra, informou a direção do Colégio Ulbra Concórdia que seguirá como mantenedora da instituição candelariense somente até o final do ano letivo de 2017. A notícia gerou grande impacto e um clima de apreensão entre direção, professores, funcionários, pais e alunos sobre o futuro da escola a partir de 2018.
Em entrevista concedida a Folha na manhã da última quarta, 21, o diretor da escola, Flávio Kochenborger, frisou que a decisão da mantenedora foi motivada por problemas financeiros da escola candelariense durante o período que o educandário está sob a tutela da Ulbra. "Por 22 anos a nossa despesa sempre foi maior que a receita. Por essa razão, a mantenedora decidiu que não vai mais seguir mantendo a nossa escola a partir do próximo ano", disse o diretor.
Uma reunião entre representantes da Aelbra e da rede de escolas da Ulbra com professores, funcionários e pais de alunos foi realizada na noite da última quarta, 21, na Igreja Luterana, onde o vice-presidente da mantenedora, Leonir Mittmann e a diretora da rede de escolas da Ulbra, Nursis dos Santos Vargas, comunicaram de forma oficial e prestaram esclarecimentos sobre a decisão da mantenedora em deixar a escola candelariense ao final do ano. Os dois representantes garantiram que a Aelbra ira auxiliar na busca por uma nova mantenedora ou na criação de uma cooperativa para que professores e funcionários administrem a escola. Pegos de surpresa com a decisão, alguns pais realizaram questionamentos e pediram uma solução para o problema.“Estamos nos retirando, mas não queremos que a escola feche as portas. Vamos trabalhar juntos com a direção da escola e comunidade para encontrar uma solução”, frisou Mittmann. Os representantes confirmaram que a atual mantenedora continuará prestando os serviços e honrando os compromissos com a escola até o final do ano letivo de 2017.
NEGOCIAÇÕES - A partir da decisão da mantenedora atual, Flávio Kochenborger disse que estão abertas as negociações diretas com a Aelbra para que outros interessados possam assumir como mantenedor da escola. A decisão também foi comunicada para a 6ª Coordenadoria Regional de Educação e para a Prefeitura Municipal. "É um assunto recente, comunicado há uma semana e a mantenedora está aguardando se há o interesse de professores e funcionários em criar uma cooperativa. Se não houver o interesse, a mantenedora irá ofertar a escola e procurar outras mantenedoras, dentro dos prazos legais.", disse ele.
O diretor informou que se não houver interessados em assumir a mantença, a escola poderá fechar as portas no próximo ano. "Estamos atravessando um momento muito difícil. Se acontecer, acredito que essa decisão vai impactar e muito no município. Se retira daqui uma universidade como a Ulbra, que presta serviços em todo o Brasil e a gente fica sem perspectivas para 253 alunos que terão que ser absorvidos nas redes privada ou pública. A preocupação da não continuidade da escola deve ser todos os setores da sociedade candelariense e não só da escola e da mantenedora. É um momento critico e um dos momentos mais difíceis da história da escola e que nos deixa apreensivos.", frisou ele.
Alunos bolsistas e pagantes
Atualmente o Colégio Ulbra Concórdia possui 253 alunos e um corpo docente formado por 39 pessoas entre professores, funcionários e colaboradores. Entre os estudantes, a escola possui alunos pagantes e alunos contemplados com bolsas sociais de forma integral e com 50%. "As bolsas sociais estão inseridas na contabilidade, pois são custeadas pelo Governo Federal. Se não tivesse os alunos bolsistas, o prejuízo seria ainda maior", disse o diretor. Kochenborger destacou a falta de um maior número de alunos pagantes para a escola ser auto sustentável. "A mantenedora sempre apostou que a escola cresceria, mas não foi isso que aconteceu nestes 22 anos. Para a escola funcionar tem um custo e este custo tem que sair da receita e se a receita é insuficiente, não conseguimos cobrir as despesas. É o que acontece", finalizou.