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Geral 04/10/2019 15:30
Por: Luciano Mallmann

Biblioteca pública de Candelária adota o nome de Biblioteca Municipal Fabiana Faber

No mesmo endereço, passa a funcionar o Museu Aristides Carlos Rodrigues

  • Os familiares de Fabiana junto à placa
  • Prefeito Paulo Butzge enalteceu a riqueza história e científica de Candelária
  • João Dalosto Porto falou em nome dos familiares de Fabi
  • Vereador Jorge Willian Feistler justificou escolha do nome de Fabiana
  • Carlos Nunes Rodrigues falou da importância do novo espaço para o Museu Aristides Carlos Rodrigues
  • O momento do descerramento da placa

Uma breve porém comovedora solenidade, na manhã chuvosa desta sexta-feira, 4 de outubro, marcou a reinauguração da biblioteca pública de Candelária e do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, agora localizados no mesmo prédio, na rua Botucaraí. A partir de agora, a Biblioteca passa a se chamar Biblioteca Municipal Fabiana Faber, em homenagem à servidora pública Fabiana Regina Faber, pela sua conhecida ligação com tudo que dizia respeito à causa da cultura e dos livros em Candelária. Tendo trabalhado na secretaria de Cultura, Turismo e Esportes desde 1999, Fabiana chegou a ser conhecida com o simples, mas significativo apelido de “Fabi da Cultura”, tal a força do vínculo afetivo entre ela e seu trabalho.

Conduzidos pelo mestre de cerimônias Erni Bender, fizeram uso da palavra o prefeito Paulo Butzge, o curador do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, Carlos Nunes Rodrigues, o proponente do projeto de lei concedendo à biblioteca pública o nome de Fabi, vereador Jorge Willian Feistler, que mencionou o fato de Fabiana ter sido sempre “o braço direito da Secretaria de Cultura em Candelária”

A solenidade teve também o importante papel de reunir num só lugar familiares e amigos de Fabiana, muitos deles visivelmente emocionados com a ocasião, vendo-se como característica comum a todos a profunda saudade da servidora, cuja ausência para muitos ainda é algo inexplicável. A respeito disso, João Dalosto Porto, marido de Fabi, que falou em nome dos familiares, foi enfático ao afirmar que “Fabiana não nos deixou. Ela nos observa e nos auxilia nas tarefas diárias. Como familiares, podemos dizer que ela seguiu seu caminho”, resumiu. Dalosto falou também da importância da leitura, seja por prazer, seja para busca de informação ou mesmo como estudo. Nesse sentido, expressou seu desejo de que a biblioteca seja um espaço destinado a todos as pessoas que dela necessitarem, e que a partir de agora passa a contar com “o brilho do olhar” de Fabiana, tantas vezes visto quando o assunto era a Feira Municipal do Livro.

Pode-se dizer que agora Candelária conta com um espaço que reúne o que o município possui de mais precioso quando o assunto é conhecimento: o acervo de Museu Municipal e os livros que formam a coleção da Biblioteca Municipal Fabiana Faber. Da importância e do papel da leitura, muito pode ser dito. Muita coisa, porém, pode ser resumida através das palavras do escritor francês Marcel Proust, para quem “as melhores horas da vida são justamente aquelas que aparentemente deixamos passar sem vivê-las”, ou seja, que passamos com os olhos pousados nas páginas de um livro preferido. Por outro lado, Virginia Woolf, conhecida por ser uma escritora e uma leitora extremamente exigente, acreditava que o paraíso consistia numa leitura contínua, interrompida unicamente uma vez ou outra, para uma reflexão ou retomada de fôlego. Eloquentes também são as palavras da romena Herta Müller, que, ao agradecer pelo recebimento do Prêmio Nobel de Literatura de 2009, dirigiu-se à Academia Sueca nos seguintes termos: “A literatura fala com cada um individualmente – ela é propriedade privada que permanece na mente. Nada mais fala de maneira tão incisiva conosco quanto um livro. E não espera nada em troca, exceto que pensemos e sintamos”. Para outros, o livro constitui a mais extraordinária das criaturas não humanas. E assim é.

O novo endereço do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues e a reinauguração da biblioteca com o nome de Fabiana Regina Faber parece recolocar as coisas nos lugares certos, possibilitando a todos que se situem e tomem alento antes de prosseguir diante dos fatos da vida. Não é apenas uma questão de justiça, mas sim de uma verdadeira necessidade.