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Polícia 28/02/2025 09:10
Por: Diego Foppa

Médico será indiciado por homicídio culposo

Simone Linhar, de 46 anos, foi liberada após atendimento no Hospital Candelária, em outubro de 2024 e acabou vindo a óbito

A Polícia Civil de Candelária concluiu, nesta semana, o inquérito que apurou a morte da empregada doméstica e cuidadora de crianças, Simone Linhar, de 46 anos. O caso ocorreu no dia 3 de outubro de 2024, quando ela procurou por atendimento médico no Posto de Atendimento Médico Central (PAM Central) e, posteriormente, no plantão do Hospital Candelária. Após o atendimento, Simone foi medicada e liberada, mas acabou caindo em via pública, quando retornava para sua casa, que fica nas proximidades do hospital. Ela foi socorrida por populares e novamente levada ao Hospital Candelária, mas não resistiu às tentativas de reanimação.  
Segundo o delegado Tiago Bittencourt, responsável pelo caso, o médico, de 35 anos, que não teve o nome divulgado será denunciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. De acordo com a autoridade policial, após um minucioso trabalho de investigação foi possível constatar que houve negligência no atendimento prestado pelo profissional de saúde. “Foi um atendimento muito superficial. Existiam meios para aprofundar mais a indicação dada no PAM Central, visando confirmar ou descartar o relato do outro profissional, mas isso não foi feito e contribuiu para esse desfecho fatal”, comentou o delegado. 
Ainda conforme Bittencourt, no decorrer da investigação foram ouvidas nove testemunhas, entre enfermeiros, médicos e pessoas próximas da família da vítima. Além disso, o aparelho celular da vítima foi periciado e uma perícia indireta também foi solicitada para auxiliar na investigação. 

O QUE DIZ O HOSPITAL 
Em entrevista concedida para a reportagem da Folha, Júlio Steffanello, um dos administradores da Casa de Saúde, afirmou que o hospital tem se colocado à disposição da Polícia Civil desde o início do ocorrido. Logo após o caso, uma sindicância interna foi aberta para apurar a conduta do médico, que esteve afastado de suas atividades neste período. Questionado sobre se o médico envolvido continua prestando atendimento, Steffanello afirmou que ele permanece atuando. “Ele está apto para trabalhar junto ao Conselho de Medicina e por diversas vezes chegou a ser elogiado pelos pacientes por sua conduta e atenção nos atendimentos. Na apresentação da sindicância foi avaliado que o profissional em questão embasou toda sua conduta em literatura médica vigente”, explica. Por fim, o administrador salientou que o hospital seguirá atento ao processo. “Por ora, é um indiciamento e não uma condenação. A partir dos próximos passos podemos ajustar nossa conduta”, comenta.