Hospital se posiciona sobre críticas e exposição de profissionais

A Sociedade Beneficente Hospital Candelária divulgou uma nota oficial em resposta às críticas e questionamentos que vem recebendo sobre o atendimento prestado na instituição. As manifestações, vindas da comunidade e, de forma mais incisiva, do Legislativo municipal, abordam principalmente atrasos em atendimentos médicos e a ausência presencial de uma pediatra, entre outras demandas.

Conforme reportagens anteriores da Folha, a administração da Casa de Saúde já havia apontado que o atual cenário tem afetado o desempenho da equipe, inclusive impactando a saúde mental dos profissionais. Na tentativa de fortalecer o diálogo entre as partes, foi realizada uma reunião na tarde de segunda-feira, 14, na sede do hospital, com a presença de representantes da Prefeitura e da Câmara de Vereadores.

Na nota enviada à reportagem, a direção do hospital reiterou seu “compromisso com a ética, o respeito à privacidade dos pacientes e a integridade do atendimento prestado pelas equipes de saúde”.

Em relação ao Projeto de Lei que prevê a divulgação dos nomes dos profissionais em plantão, o hospital considera a proposta uma violação ao direito à privacidade, com potencial para comprometer a segurança e o exercício profissional. “Nossa instituição repudia qualquer forma de exposição indevida dos colaboradores, especialmente quando descontextualizada ou utilizada de forma a gerar constrangimento”, afirma o comunicado.

Sobre a presença de vereadores nas dependências hospitalares, a entidade afirmou valorizar o diálogo com os poderes públicos e manter-se aberta ao acompanhamento dentro das prerrogativas legais. No entanto, reforça que tais visitas devem respeitar os protocolos de acesso, normas de biossegurança e, “principalmente, os direitos dos pacientes, incluindo a confidencialidade das informações e o ambiente adequado para cuidados médicos”.

A nota também condena a gravação e circulação de vídeos feitos nas dependências da instituição sem autorização prévia, alertando que a prática compromete “não apenas a privacidade de pacientes e profissionais, mas também a confiança fundamental na relação entre equipe de saúde e comunidade”.

Por fim, a direção manifestou preocupação com os impactos dessas situações sobre o ambiente de trabalho, ressaltando que dificultam a concentração no cuidado ao paciente, que “é e sempre será a prioridade” da instituição. Também alertou para os possíveis efeitos negativos sobre a relação de confiança com a população, o que “preocupa profundamente”. O hospital encerra o comunicado reafirmando estar à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.