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Colunista 08/08/2019 15:16
Por: Ângelo Savi

A solução para o desemprego

Trabalho nunca falta. Se quisermos continuar morando, comendo, vestindo, vivendo em suma, todo tempo é preciso construir, limpar, inventar, desmanchar, transportar, estudar, vender... Trabalho nunca falta. Então, por que há desemprego? Se há milhões de pessoas desempregadas e trabalho nunca falta, por que há desemprego? É porque emprego é como qualquer outra mercadoria: para o negócio sair é preciso que um queira vender e que outro queira comprar, desde que haja acerto no preço. Mas então, de novo, se há tanta gente querendo vender o seu trabalho, por que há desemprego? Metade da pergunta é respondida justamente com o fato de se há tanta gente querendo trabalhar e há desemprego é porque quem emprega não quer ou não pode empregar. E não quer ou não pode porque ou o trabalho é vendido por um preço que não vale ou porque o trabalho que é ofertado não é o desejado.

E são as duas coisas. Uma breve olhada na internet nos ensina que a profissão que na média é mais bem paga no Brasil é a de médico. E isto explica tudo sobre o desemprego, porque todo mundo mais dia menos dia vai precisar tratar da saúde. E aí a parte que se refere à necessidade do trabalho fica explicada. A segunda parte, que é a relativa à capacidade de prestar o trabalho, também se explica, porque para ser médico é preciso anos de aprendizado, dedicação e esforço. É por isto que os médicos ganham bem: é porque todo mundo precisa deles e só eles sabem fornecer o serviço demandado. Não dá para quebrar o galho em medicina, ou se sabe como praticá-la ou não, e acabou. Se houvesse qualquer outra razão para o desemprego além da sua necessidade e do seu preço, os médicos estariam desempregados e os que não estivessem ganhariam um salário mínimo.

Portanto, não adianta determinar salários por decreto, pelo contrário, uma das causas do desemprego é justamente a proibição de que os salários sejam ajustados entre patrão e empregado. Principalmente considerando que o que se paga pelo trabalho é duplicado pelos nefandos “encargos sociais”. É duro e contraria o senso comum, mas numa população maciçamente despreparada obrigar ao pagamento de um salário mínimo faz com que os patrões não possam empregar porque, se o salário mínimo (mais encargos) for maior do que realmente vale o trabalho, ele quebra. E não se trata de ganância. De novo os médicos: eles ganham bem porque o trabalho deles vale o preço que pedem, senão não ganhariam bem. E o mesmo se dá com todos os outros trabalhos: ou se paga o preço que ele vale ou não se emprega. Ou o trabalho que é oferecido é o que é desejado ou não se emprega.

Portanto, a solução para o desemprego é muito, muito simples. Basta que se deixe que o valor do trabalho seja livremente ajustado e que cada trabalhador seja contratado pelo serviço que efetivamente pode prestar. Regulamentações insanas e impraticáveis e salários fixados por decreto terminam inevitavelmente por gerar desemprego. Não adianta chorar, a realidade é esta e o resto é conversa mole de político populista.