Por:
Pesquisa alerta para o grau de endividamento
Preocupado com a situação em que se encontram os produtores de fumo, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária está na reta final de uma pesquisa que irá apontar a situação sócio-econômica dos agricultores que mantém esta como principal atividade rural. Os dados coletados em Candelária farão parte de um relatório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul – Fetag – juntamente com outros 19 municípios para obter informações mais precisas possíveis da realidade nos diversos campos que compõem a cadeia produtiva do fumo, desde a utilização da mão-de-obra familiar, obtenção de lenha, contratação de terceiros, média de preço recebido por arroba (nota fiscal de venda), endividamento junto às empresas e ao comércio em geral, intenção de plantio na próxima safra, número de estufas, entre outros. A pesquisa foi aplicada em campo pelo técnico agrícola do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária, Daltro Lazzari, que ouviu diretamente 41 produtores e verificou números considerados preocupantes em acompanhamento às notas fiscais emitidas. O número de entrevistados representa 1% da classe produtora no município.
Nesse momento os dados coletados entre 20 de julho de 1º de agosto nas mais diversas localidades do interior do município estão sendo compilados e posteriormente serão analisados e publicados na imprensa. “Pelo que se vivenciou durante o período de aplicação da pesquisa, ouvindo os relatos emocionados e em tom de desespero dos produtores, já é o bastante para que a regional dê um grito de alerta às outras regiões para que se preparem, pois a safra que está iniciando reserva muitas surpresas, e que, infelizmente, não são boas”, destacou o técnico. O vice-presidente do STR, Dilson Dittberner, ponderou que ainda é cedo para falar em números, mas que uma questão em particular chama a atenção: o alto grau de endividamento. “Mesmo os produtores mais antigos estão com grande dificuldade de quitar suas obrigações, devido, principalmente, ao sistema de classificação desumano que as empresas vêm adotando nos últimos anos, onde remunera com migalhas o agricultor e comemora altos índices de exportação”, destacou. Os números oficiais serão divulgados possivelmente ainda no final do mês de agosto.