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25/08/2009 16:56
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Na terra, as esperan?as de uma nova safra

No Vale do Rio Pardo, 10% do fumo a ser plantado nesta safra já está transplantado. Na parte baixa da região, o processo está mais adiantado do que na serra, onde as noites continuam frias desfavorecendo o plantio. Segundo Iraldo Backes, gerente técnico do Departamento de Mutualidade da Afubra, as expectativas em relação ao plantio são as melhores possíveis no momento, já que as previsões apontam que o frio dificilmente voltará a ocorrer nas proporções já verificadas neste ano. “Como todas as plantas, o fumo também não se desenvolve bem com o frio e sim com muito sol e muita luminosidade”, explica.
A previsão da Afubra é de que esta safra apresentará uma redução de 10% na área plantada. Dos 357 mil hectares da safra passada, haverá em torno de 330 mil em 2007/2008. “Os produtores estão readequando seu módulo de produção à mão-de-obra familiar disponível e à capacidade de cura de suas estufas”, explica Backes. Para ele, isto é salutar, visto que não adianta plantar mais se o produtor não puder atender bem o fumo em todas as fases. No final, evitará perda de produção e qualidade no ciclo por não ter onde curar ou não ter mão-de-obra para colher. “A redução no nosso ponto de vista não tem nada a ver com a Convenção Quadro e sim tão somente com o equilíbrio de relação oferta e procura. Produzir menos, mas com alta qualidade e produtividade, ao final da safra rende mais no bolso e com menos custos”, esclarece.

Em Candelária, o trabalho e a esperança de um preço justo
A cada nova safra, as esperanças de bons resultados dos produtores se renovam. Na Linha Boa Vista, o casal Marcos Fabius e Rosana Faller iniciou o transplante dos 60 mil pés de fumo na quarta-feira, 15. Conforme relatam, o plantio da lavoura está atrasado em relação ao ano passado, quando, nesta época, já estavam bem adiantados. “Esperamos um pouco mais porque estávamos com medo do frio. As geadas estavam muito fortes”, descreve Fabius, que já está pensando na comercialização de seu fumo. Segundo explica, a expectativa é de valorização do produto na hora da venda. “Torcemos por uma safra cheia e bons preços”. Até o dia 10 de setembro a família já deve ter concluído o plantio da lavoura.
Elsino Ellwanger e Lurdes Gewehr, produtores da Sesmaria do Cerro, também estão atentos ao mercado. Aproveitando os dias quentes, esta semana eles concluíram o plantio dos 33 mil pés de fumo e se dizem preocupados com a classificação. “Não temos expectativa de aumento do preço. Se comprarem conforme a classificação que fizermos já está excelente, pior é se rebaixam”, comenta Ellwanger. Mesmo receosos, o casal se diz otimista e com perspectivas de uma boa colheita e de bons negócios na hora da venda, já que a produção é uma garantia de sustento. “Se não fosse do fumo, do que iríamos viver?”, indaga Lurdes.