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25/08/2009 16:56
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Corte de verbas do Estado atinge a Emater

A política do Governo do Estado de enxugamento das finanças atinge agora o setor primário. Uma determinação da governadora Yeda Crusius cortou o repasse de R$ 2 milhões anuais para a Emater/RS – Ascar, o que terá reflexos no quadro funcional, na racionalização de despesas de custeio e investimento e no gerenciamento. A preocupação maior dos funcionários é em relação às demissões, que, segundo a direção da entidade, atingirá os empregados aposentados. Dos 2.200 funcionários, cerca de 13% serão desligados, porcentagem que abrange os aposentados pelo INSS e pela Fapers de todas as unidades.
Com a determinação, o escritório de Candelária da Emater/RS – Ascar corre o risco de perder sua mais antiga funcionária, Adiles Krug. Segundo explicou à reportagem da Folha, são mais de três décadas de serviços prestados à entidade. Há sete anos veio a aposentadoria, mas Adiles continuou trabalhando. Agora, com o corte de despesas, seu emprego está ameaçado. “É uma vida inteira de trabalho que corre o risco de acabar antes do previsto, pois acredito que ainda estou rendendo muito para a empresa”, lamenta. Embora perturbada com a possibilidade de perder o emprego, ela reafirma sua esperança de continuar, otimismo também compartilhado pelos colegas, que torcem por sua permanência.
INDIGNAÇÃO – Contrariados com a determinação do Estado, trabalhadores da Emater/RS – Ascar realizaram nesta quinta-feira, 23, um ato público em frente à sede da instituição, em Porto Alegre. A mobilização fez parte da estratégia de ações em defesa do futuro da extensão rural pública e contra o corte no orçamento. Conforme defendido pela classe, a economia do Estado não pode levar ao sucateamento do serviço público e ao caos social.

Sobre a Emater/Ascar
A Emater/RS – Ascar é uma instituição conveniada com a secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Sua estratégia de trabalho baseia-se na aplicação das políticas públicas governamentais no setor primário em 485 municípios, atendendo 252 mil famílias rurais. Conforme o presidente da Associação dos Servidores da Ascar – Emater/RS (Asae), Lírio Zarichta, a medida do Governo do Estado significa o começo do desmanche do serviço de assistência técnica e extensão rural no Rio Grande do Sul. “Não podemos aceitar passivamente essas dispensas e nem nos calar diante do descaso com que o executivo estadual está tratando o setor”, argumenta. Ele também ressalta que a redução das verbas vai prejudicar diretamente a agricultura familiar, que terá acesso restrito ao serviço prestado pela instituição. “Na seqüência, toda a sociedade gaúcha vai perder com esta situação”, explica.