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Reconhecida como a maior festa popular do país, em Candelária o Carnaval também se justificou plenamente como tal na segunda-feira. Depois da frustração gerada pelo adiamento em função do mau tempo no sábado, 17, uma grande multidão acompanhou na segunda-feira, 19, a primeira noite de desfile de rua do Carnaval 2007 de Candelária. Além do público expressivo - estimado em mais de cinco mil pessoas -, as apresentações não decepcionaram. Pelo contrário. As três escolas mostraram que o Carnaval local está evoluindo significativamente.
O desfile entre a área de concentração e o palanque oficial do rei momo Rui Ponciano e da rainha Vivian Pâmela dos Santos, acompanhados pelas soberanas do município (representadas pela Rainha Pauline Kaercher e a princesa Helena Karnopp) e o Candino e a Candina, abriu a apresentação da noite de segunda. Em seguida, o prefeito em exercício Ênio Hübner entregou ao rei momo a chave da cidade, simbolizando a abertura dos festejos carnavalescos no município.
HOMENAGEM - A Escola de Samba Acadêmicos do Brasil foi a primeira a se apresentar. Os cerca de 240 integrantes protagonizaram uma merecida e emocionada homenagem aos 70 anos do padre Alfredo Lenz. O próprio sacerdote acompanhou com muita disposição e uma indisfarçável emoção o desfile. Um dos carros alegóricos mostrou uma réplica da igreja católica local, junto à qual o padre Alfredo prestou serviços durante 23 anos. Em outra alegoria foi destacado o Grupo Freundenkreis, do qual o homenageado foi um dos fundadores. O trabalho exercido na rádio Princesa também foi lembrado no desfile. Uma animada ala do Minuano simbolizou o esporte acompanhado pelo padre através dos microfones da emissora.
NATUREZA - “Na luta pela preservação da natureza”. Este foi o tema da apresentação da SER Engenheiros do Trago, que voltou a participar do desfile de rua local após um ano de ausência, trazendo aproximadamente 150 integrantes. Os “Engenheiros” apresentaram uma comissão de frente e algumas outras representações, com destaque para a ala das baianas, uma inovação nos desfiles do bloco. Outro destaque foi o carro alegórico representando o desrespeito à natureza e sua depredação.
ESCRAVIDÃO - A origem africana, tema sempre recorrente nos Carnavais e, de forma especial, no Rio de Janeiro neste ano, também serviu de inspiração para a apresentação da Escola de Samba Unidos da Vila. Em sua segunda participação no desfile de rua de Candelária, a escola desenvolveu o tema “Etnias Afro”, contando com cerca de 150 integrantes. O enredo foi desenvolvido através de diversas alas e alegorias. A ala “capoeira” mostrou uma das heranças do período de escravidão que se mantém até os dias atuais. O carro que mais chamou a atenção foi o intitulado “Princesa Isabel libertando os negros”.